Em mais um ano, o estudo técnico sobre rodovias da Confederação Nacional de Transporte revela que as 21 melhores rodovias do Brasil são concessionadas. O ranking com 109 ligações rodoviárias indicou avaliação superior das rodovias concedidas em relação às que são administradas pelo poder público.
No ano de 2018, foram avaliados pelo estudo 87.563 km (81,7%) de rodovias sob gestão pública e 19.598 km (18,3%) de rodovias concedidas. Segundo os dados, as rodovias concedidas à iniciativa privada tiveram melhoria de 7,5 pontos percentuais entre 2017 e 2018.
No total, 81,9% do estado geral dessas vias foi classificado como ótimo ou bom, sendo que, no ano passado, esse índice foi de 74,4%. Em números gerais, as rodovias sob gestão concedida apresentaram 16.071 km avaliados classificados como Ótimo ou Bom no Estado Geral.
Essa situação é bem diferente quando consideradas as rodovias sob gestão pública, onde o percentual de rodovias classificadas como Ótimo ou Bom no Estado Geral chega a 34,2% (30.010 km).
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Potencial Privado de Investimentos
O estudo indicou ainda uma queda drástica na redução dos investimentos públicos federais a partir de 2014, que levou a um agravamento da situação das rodovias. Em 2011, os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram de R$ 11,21 bilhões; em 2016, o volume investido praticamente retrocedeu ao nível de 2008, caindo para R$ 8,61 bilhões.
Hoje em dia, para se ter uma ideia, o prejuízo com os acidentes é maior que os recursos destinados às rodovias. Em 2017, o governo federal autorizou R$ 8,31 bilhões para as intervenções de infraestrutura rodoviária, sendo que o custo dos acidentes, em 2017, foi de R$ 10,8 bilhões.
A pesquisa vem mostrando ano a ano que o investimento público está bem distante do que a infraestrutura de transporte precisa. “Não temos dúvidas de que o poder público precisa reconhecer a importância da iniciativa privada e chamar os investidores para serem protagonistas dessa empreitada. A viabilização dos investimentos privados, com a garantia de segurança jurídica e propostas atrativas de parceria, deve ser sempre priorizada”, acredita o presidente da CNT, Clésio Andrade.
A opinião é a mesma de César Borges. “As concessionárias de rodovias participantes desta etapa estão preparadas para investir imediatamente cerca de R$ 20 bilhões se tais dificuldades forem equacionadas”, informa o presidente da ABCR.
“Desde 1995, o setor de concessão de rodovias federais, estaduais e municipais já investiu R$ 97 bilhões em melhorias e manutenção das rodovias, sendo R$ 6,8 bilhões em 2017. Anualmente, gera cerca de 47 mil empregos”, complementa ele.
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