As vendas de caminhões seguem em queda no Brasil, pressionadas pelo crédito caro, pela cautela diante do cenário econômico e pelo recuo de setores como agronegócio, logística e construção civil.
Com juros altos e financiamentos mais pesados, muitas transportadoras e autônomos adiam a renovação de frota, mantendo veículos antigos em operação.
Segundo dados recentes do mercado, os emplacamentos caíram cerca de 8% no acumulado do ano, sinalizando que a recuperação do segmento ainda depende de condições mais favoráveis de crédito e demanda.
Caminhões usados ganham espaço na retração
“Nem a alta das exportações está sendo suficiente para sustentar os níveis de produção, o
que já começa a se refletir em perdas de postos de trabalho nas fábricas de pesados”,
alertou Igor Calvet, Presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Já para Arcelio Junior, Presidente da Fenabrave, o crédito continua escasso e as empresas seguem cautelosas nos investimentos. Ele acrescenta que a baixa demanda da agropecuária também contribui para o cenário desafiador.
As taxas de juros para financiamento de veículos pesados (caminhões) variam conforme o veículo, o prazo do financiamento e a instituição financeira, mas é possível encontrar taxas a partir de 0,79% ao mês.
Porém, as taxas de financiamento em geral estão influenciadas pela taxa Selic, detalhe que afetou e muito os financiamentos em 2025.
Ranking dos caminhões usados mais vendidos
Uma das saídas para continuar trabalhando ou atuando é vender, ou comprar um caminhão usado.
Os números da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores) comprovam esse movimento, uma vez que no acumulado de 2025 mais de 284 mil caminhões pesados foram transferidos. Uma evolução de 22% se comparado com o mesmo período de 2024.
Ainda, conforme a entidade, mais de 1,4 milhão de comerciais leves (sem considerar SUV) foram revendidos. Número maior em 21% ao comercializado no ano passado.
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.