Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) revela que o transporte intermunicipal de ônibus também apresenta falta de motoristas e forte concorrência clandestina.
O documento revela que quase metade das empresas do setor tem vagas abertas para motoristas, mas que não há interessados.
Para 66,2% dos empresários, por exemplo, a falta desses profissionais é a principal carência do setor, reflexo da baixa atratividade da profissão e da escassez de trabalhadores com experiência e treinamento adequado.
Já 55,4% apontam o preço do combustível como o maior entrave, considerando que praticamente toda a frota (99,2%) depende do diesel.
Ônibus perde o atrativo por conta dos aplicativos
Outro desafio apontado é a concorrência com o transporte clandestino ou por aplicativo: 58,5% dos empresários acreditam que essa prática terá grande impacto nos próximos três anos.
Cerca de 7,4 milhões de pessoas se deslocam entre municípios no Brasil, reforçando a relevância de um transporte estruturado.
A Pesquisa demonstra, por exemplo, que as principais rotas têm origem, predominantemente, em municípios de até 400 mil habitantes (44,6%), enquanto os destinos mais recorrentes dessas rotas são cidades de pequeno porte, com até 20 mil habitantes (31,8%).
Papel fundamental do transporte de ônibus
“As linhas intermunicipais de passageiros têm uma importância social enorme. São elas que permitem que moradores de pequenas cidades possam estudar, trabalhar e acessar serviços de saúde em centros maiores. O transporte coletivo garante cidadania e desenvolvimento regional”, afirma Vander Costa, presidente do Sistema Transporte.
Adicionalmente, os dados revelam que predominam no setor empresas já consolidadas no mercado, com mais de 20 anos de atuação (83,1%). Entes familiares administram 85,4% do total das empresas pesquisadas.
Observa-se, ainda, que 64,6% delas também estão presentes em outros ramos, como o fretamento (78,6%) e o transporte rodoviário de cargas (32,1%).
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros 2025
A pesquisa da CNT evidencia que o transporte rodoviário intermunicipal de passageiros é um pilar da mobilidade nacional.
A leitura da pesquisa mostra que para garantir o setor, torna-se urgente a modernização regulatória, créditos acessíveis para os donos das empresas e políticas públicas eficazes.
O transporte clandestino e aplicativos de carona é um dos maiores desafios apontados, assim como o elevado preço do diesel.
A pesquisa também mostra que houve queda significativa na demanda durante a pandemia, com redução de linhas e demissões e que a recuperação tem sido lenta.
Ônibus elétrico começa a ganhar espaço
Apesar do gargalo na gestão das empresas intermunicipais, a capital paulista vem acelerando na transição energética.
Durante o seminário “Caminhos para a Eletromobilidade Urbana em São Paulo”, a prefeitura anunciou a entrega de 120 novos ônibus elétricos.
Agora, a cidade tem 961 veículos eletrificados, sendo 760 movidos a bateria e 201 trólebus.
De acordo com números do município, o investimento no elétrico se paga ao longo do tempo, já que a operação é muito mais barata, cerca de R$ 5 mil por mês, contra R$ 25 mil dos modelos a diesel, gerando economia de R$ 240 mil anuais por veículo.

Inovação em suprimentos: pneus para ônibus elétricos
De olho nesse movimento, a Bridgestone lançou o R167E, pneu projetado para frotas urbanas eletrificadas.
O modelo tem carcaça reforçada, que garante maior recapabilidade, e a tecnologia Cooling Fin, aletas que reduzem a temperatura na região do talão.
Disponível nas medidas 295/80R22.5 e 275/80R22.5, o pneu suporta até 3.750 kg e foi desenvolvido para atender às exigências de operação dos ônibus elétricos e a diesel.


Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.