A má qualidade das rodovias aumenta os custos de manutenção das estradas e também de quem roda por ela. Essa foi a conclusão do estudo Rodovias Esquecidas do Brasil: Transporte Rodoviário, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte, que identificou 10 trechos mais caros para o transportador.
A pesquisa apontou ligações rodoviárias com as piores avaliações entre os anos de 2004 e 2017. Nessas rodovias, as más condições do pavimento elevam o custo operacional para os transportadores. Baseando-se nesses dados, listamos os 10 trechos mais caros para o transportador.
10. Araguaína (TO) – Picos (PI)
BR 230/MA, BR 135/MA, BR 230/PI, TO 222
Aumento do custo operacional do transporte: 27,3%
Essa ligação atende potencialmente a 20 municípios, com 846 km de extensão. Os trechos ligam importantes áreas produtoras do Piauí. Em 2017, 69,1% dos trechos avaliados pela Pesquisa CNT de Rodovias foram considerados insatisfatórios. O custo operacional do transporte nessa ligação é 27,3% maior em razão dos problemas no pavimento.
9. Marabá (PA) – Wanderlândia (TO)
BR-230/PA, BR-153/PA, BR-153/TO
Aumento do custo operacional do transporte: 29%
Essa ligação atende a sete municípios. Dos 246 km avaliados pela CNT em 2017, 95,9% apresentaram problemas no estado geral. As más condições do pavimento provocam alta de 29% no custo operacional do transporte.
8. Dourados (MS) – Cascavel (PR)
BR-163/PR, BR-467/PR, BR-272/PR, BR-163/MS
Aumento do custo operacional do transporte: 29,4%
Os 14 municípios que estão sob a área de influência da ligação possuíam, em 2015, um PIB total de R$ 9,34 bilhões. Além da relevância econômica da região, o município de Dourados tem uma posição geográfica privilegiada em termos de integração comercial com países vizinhos ao Brasil. O pavimento apresenta problemas em 60% dos trechos pesquisados em 2017, o que eleva o custo operacional em 29,4%.
7. Manaus (AM) – Boa Vista (RR) – Pacaraima (RR)
BR-174/AM, BR-174/RR, BR-210/RR
Aumento do custo operacional do transporte: 34,6%
Essa ligação atende a uma região de elevada atividade industrial, responsável pela geração de R$ 22,89 bilhões de PIB, segundo dados de 2015, reunindo dez municípios e uma população de mais de 2,6 milhões de pessoas. Mesmo assim, 85,9% da extensão analisada pela Pesquisa CNT de Rodovias apresenta problemas no estado geral. O custo operacional do transporte fica 34,6% maior em razão das deficiências.
6. Rio Brilhante (MS) – Porto Murtinho (MS)
BR-267/MS, BR-060/MS, BR-419/MS
Aumento do custo operacional do transporte: 36,9%
A ligação atende potencialmente a oito municípios responsáveis por gerar R$ 14,4 bilhões em 2015. Sua posição estratégica está relacionada à localização próxima à fronteira com o Paraguai. Dos 400 km pesquisados, 90% apresentam problemas no estado geral. O custo operacional fica 36,9% maior devido às falhas no pavimento.
5. Marabá (PA) – Dom Eliseu (PA)
BR-222/PA
Aumento do custo operacional do transporte: 41%
A CNT avaliou 215 km de extensão da via em 2017, e todo o trecho apresentou problemas no pavimento, na sinalização e na geometria da via. O custo operacional do transporte se eleva em 41%, segundo as estimativas da Confederação. A ligação passa por quatro municípios.
4. Florianópolis (SC) – Lages (SC)
BR-475/SC, BR-282/SC
Aumento do custo operacional do transporte: 42%
Com extensão avaliada de 212 km, a ligação atende a oito municípios em uma região que se destaca por abrigar um parque industrial madeireira e uma intensa atividade pecuária. Em 2017, a Pesquisa CNT de Rodovias avaliou que 96,2% dos trechos apresentavam problemas. O custo operacional do transporte fica 42% mais alto.
3. Barracão (PR) – Cascavel (PR)
BR-163/PR, BR-373/PR, BR-280/PR
Aumento do custo operacional do transporte: 42%
Com 231 km, o número de municípios atendidos pela ligação é de 15. Dos trechos analisados pela Pesquisa CNT de Rodovias em 2017, 85,7% do pavimento apresentou problemas. As más condições dos trechos impactam diretamente o aumento do custo operacional do transporte, que chega a 42%.
2. Governador Valadares (MG) – João Neiva (ES)
BR-259/ES, BR-259/MG, BR-381/MG
Aumento do custo operacional do transporte: 44,1%
Nessa ligação rodoviária, 95,7% do pavimento apresentou problemas nos 279 km analisados, o que faz o custo operacional do transporte ficar 44,1% mais caro. Os trechos atendem a nove municípios, onde vivem mais de 530 mil pessoas e que geram R$ 7,16 bilhões de PIB.
1. Jataí (GO) – Piranhas (GO)
BR-158
Aumento do custo operacional do transporte: 65,1%
Nessa ligação, que percorre três municípios, o estado geral está deficiente em todo o trecho. Isso impacta significativamente o custo do transporte, que se eleva em 65,1% devido aos problemas na pista. Foram analisados 191 km. A superfície da via apresenta pavimento desgastado, trincas na malha, afundamentos e buracos em toda a extensão, assim como falta de acostamento.
Um estudo da CNT mostrou que no Brasil as metodologias usadas estão ultrapassadas, quando comparadas aos métodos de construção e reparação de rodovias em outros países. Também há pouco investimento em obras e falha no gerenciamento, na fiscalização e na manutenção das estradas. Saiba mais clicando aqui.
Recentemente, a rodovia Mogi-Bertioga tem passado por problemas, tendo sido interditada quatro vezes apenas neste ano. O trecho do Km 89, onde houve o último deslizamento, continuará interditado durante o feriado.
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