quinta-feira, novembro 21, 2024

Não foi acidente: Câmara aprova aumento da pena de homicídio para condutores embriagados

LegislaçãoNão foi acidente: Câmara aprova aumento da pena de homicídio para condutores...

O Projeto de Lei 5568/2013, mais conhecido como “Não foi acidente” foi aprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (6), após 5 anos de espera. A proposta prevê o aumento da pena para motoristas embriagados responsáveis, principalmente, por causar mortes ao volante. O projeto foi colocado na lista de prioridades para votação.

O texto da proposta sugere que o condutor sob efeito de álcool, acusado de homicídio, permaneça preso de 5 a 8 anos. “Estamos reescrevendo a história do país em relação aos crimes de transito. Não é possível que um país que tenha um povo tão bom e trabalhador tenha essa ferida de morte. Uma morte a cada dez minutos e uma sequela por minuto, por causa do trânsito, são números inaceitáveis”, constatou a deputada federal Christiane Yared, que defende a aprovação do projeto.

não foi acidente

Para Nilton Gurman, um dos idealizadores da proposta, a sociedade não aceita mais esse tipo de conduta. Segundo ele, o Movimento Não Foi Acidente apresentou esse projeto de lei há cinco anos, sofreu alterações, mas foi retomado com a redação original. “Quatro anos de prisão é muito pouco para quem tira a vida de outra pessoa e acaba com os sonhos de um ser humano”, explicou.

Principais pontos:

Em um dos pontos mais importantes, o projeto promete endurecer as penalidades em casos de comprovada irresponsabilidade no trânsito. “No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente não possuir permissão para dirigir, praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada e deixar de prestar socorro”, diz trecho do texto. Confira outros pontos que merecem destaque:

  • O exame de sangue (ou bafômetro) não seria mais necessário, pois, com a análise clínica de um médico legista ou de alguém que tenha fé pública já poderia ser aferido a embriaguez. Neste caso, o condutor poderia usar o bafômetro a seu favor, se interessado;
  • O crime de trânsito continuaria como homicídio culposo, porém, a pena seria aumentada caso fosse provada a embriaguez do motorista (de 5 a 8 anos de reclusão);
  • Mesmo se não houver homicídio a pena seria aumentada quando provada a embriaguez do condutor do veículo.

Como funciona a lei hoje?

Segundo o site do movimento, hoje, a pessoa que bebe, dirige e mata é indiciada por homicídio culposo sem a intenção de matar. Neste caso, se o atropelador for réu primário, pode pegar de dois a quatro anos de prisão. A habilitação pode ser suspensa por um ano. Na prática, segundo a Constituição brasileira, até 4 anos de prisão a pena pode ser convertida em serviços para a comunidade. Em outras palavras, nada acontece para quem mata no trânsito brasileiro. Não é possível provar se o motorista estava bêbado apenas com a Lei Seca, pois ela permite que ele se negue a fazer o exame do bafômetro e/ou exame de sangue.

De acordo com o movimento, todo ano mais de 60 mil pessoas são vítimas de acidentes de transporte. Dessas, 40% são decorrentes do álcool na direção. Durante os 5 anos, o projeto tramitou na Casa e pode ser visto como uma das principais reivindicações de entidades que defendem maior rigor às leis de trânsito. Agora, a lei vai para sanção do presidente Michel Temer.

Outro projeto de lei sobre o assunto está em análise, que torna inafiancável o crime praticado por quem dirigir e estiver sob efeito de álcool. Além de impedir a fiança e a soltura do acusado, a parlamentar tenta aumentar ainda mais os valores para fiança no caso de lesões corporais às vítimas.

Por Pietra Alcântara com informações da Assessoria Objetiva

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Inscreva-se nos nossos informativos

Você pode gostar
posts relacionados