As nove empresas importadoras de combustíveis que fazem parte da Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis (Abicom) acusam a Petrobras de praticar preços abaixo do mercado internacional. As instituições pediram que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abrisse uma investigação para detectar possíveis práticas de anticoncorrência na estatal.
Segundo informação do Valor Econômico, a Abicom deu entrada com representação no órgão de defesa da concorrência no fim de fevereiro. A companhia nega a acusação e aponta que o crescimento das importações por agentes comprova que a estatal não impõe obstáculos à atuação dos abastecedores.
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Política de preços da Petrobras
A Petrobras vem falando que sua política de preços prevê a paridade de importação [que soma as cotações internacionais mais os custos de transporte], mas a gente observa que isso não tem acontecido em alguns portos”, disse à Folha de S. Paulo o presidente da entidade, Sérgio Araújo.
De acordo com o presidente, a ideia é provocar o Cade a investigar os preços praticados pela estatal, para entender se há práticas anticoncorrenciais.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as empresas privadas foram responsáveis por 78,6% das importações de gasolina e 95,7% do diesel introduzido no país no ano passado.
Araújo diz que a prática de preços mais baixos começou a se intensificar em dezembro do ano passado. Ele reclama que a estratégia da Petrobras prejudica empresas que realizaram investimentos ou fizeram contratos de longo prazo para armazenar combustíveis importados.
“A gente não conhece o custo da Petrobras., então estamos querendo saber se ela tem praticado preços abaixo de custo”, diz ele.
Com a perda de mercado, a Petrobras tem operado suas refinarias com elevados níveis de ociosidade. No terceiro trimestre de 2017, último dado disponível, o nível de utilização da capacidade das refinarias estava em 78%.
Por Pietra Alcântara com informações do Valor Econômico e Folha de S. Paulo