sexta-feira, novembro 22, 2024

Falta de caminhões no setor agrícola pode prejudicar produtores

MercadoFalta de caminhões no setor agrícola pode prejudicar produtores

A falta de caminhões no setor agrícola do leste goiano preocupa os produtores locais. Produtores e revendas relataram que os armazéns da região estão enchendo mais rápido do que em anos anteriores e que há dificuldade de escoar o produto rumo à exportação ou para as fábricas da região.

O atraso na colheita principalmente no Paraná postergou a ida de caminhões à região e, por sua vez, o leste goiano está colhendo uma safra maior, com um volume menor comercializado antecipadamente. As informações são do Estadão.

Veja também: Existe saída para a crise no transporte?

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Desafios do transporte

Embarcar a soja tem sido um desafio, segundo o presidente da Associação dos Revendedores de Insumos Agrícolas da região de Cristalina (Ariarc) e gerente geral da distribuidora, originadora e armazém Solar Agronegócios, Jorge de Oliveira Filho. “Há uma falta de caminhão na praça de Cristalina. A gente tem conversado com tradings que estão localizadas no Triângulo Mineiro e atuam em Goiás, Minas e Distrito Federal e há uma reclamação geral de que não tem caminhão. Esse tem sido nosso grande problema hoje no escoamento da safra”, assinalou.

“Estamos com 50% de área colhida, com produtividade muito boa, e com esse gargalo grande para administrar principalmente nos próximos 20 dias, que é quando a safra vai se encerrar, e não queremos ter problema de ter de parar os recebimentos dos armazéns”, conta.

Ele relatou que os grandes armazéns do município estão com 7 a 10 dias de recebimento sem retirada, ou seja, se continuarem recebendo no mesmo ritmo e não embarcarem mais nada, podem lotar nesse período.

A Solar tem 128 mil toneladas de capacidade estática em Cristalina. Segundo ele, esse problema está ocorrendo bem mais cedo neste ano. “É comum a gente chegar nos 20% finais de colheita e perceber que está enchendo o armazém, que tem que sair produto para entrar. Mas agora isso está acontecendo de forma mais rápida, com 50% da área a ser colhida.”

Oliveira ressalta que a região tem boas possibilidades de escoamento, já que a soja pode ser destinada à exportação, por meio dos terminais em Minas Gerais, ou para esmagamento em duas fábricas próximas. “Nossa logística é favorável, mas está sofrendo com a falta de oferta de caminhão.”

 

Além do embarque

Representantes do setor produtivo em Catalão tinham a mesma reclamação. “Falta caminhão e armazém. Com 10 dias de chuva, você entrega soja úmida, os armazéns não dão conta de secar tudo. Tirando os investimentos privados do produtor, tradings não estão investindo em aumento do recebimento na região de Catalão, e a produção vem aumentando”, apontou o produtor e consultor Wilson Netto Tartuci, de Catalão.

“A sorte é que na região há grandes produtores com armazenagem própria. Mas os produtores normais que entregam nas tradings estão tendo dificuldades. O caminhão vai descarregar e fica dois dias na fila.” Tartuci relatou que outra alternativa para desafogar a armazenagem é o silo-bolsa.

Outro problema constatado foi a falta de máquinas para locação. “Esse atraso no plantio e desenvolvimento da safra no Paraná teve reflexo na nossa colheita, porque muita gente no Paraná sai de lá e vem colher aqui, e neste ano só vieram 50%”, apontou o produtor. “Tem gente que comprou maquinário de última hora.”

A jornalista viaja a convite da Agroconsult.

Veja também: Safra de grãos e tecnologia a serviço do motorista

 

Adaptado de Estadão Conteúdo

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