Uma onda de incertezas paira sobre as montadoras, graças à disputa entre os Ministérios da Fazenda e Indústria para colocar em prática o novo regime automotivo, chamado de Rota 2030. O regime foi anunciado pelo governo para o segundo semestre de 2017, após o fim do Inovar Auto. Desde então, uma série de questões ficaram sem resolução.
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, aposta que o Rota 2030 saíra ainda em 2018 e ressalta que o setor depende de políticas de longo prazo: “é uma política de longo prazo para a indústria automobilística e a gente espera que esse impasse seja resolvido em breve”.
A disputa nos últimos meses gira em torno dos créditos de até R$ 1,5 bilhão por ano para os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A economista Tereza Fernandes questiona a concessão, ao lembrar que o Inovar Auto foi condenado pela Organização Mundial do Comércio. “O governo não tem dinheiro para ajudar todo mundo. Independente das críticas que se possam fazer as montadoras que estão no Brasil, vamos pensar só na condição de equilíbrio fiscal, ele não consegue ajudar todos os setores”, explica.
O governo estuda uma saída, que os créditos tributários concedidos possam ser usados no abatimento de imposto federal, como IPI e PIS/Cofins. As informações são da Jovem Pan.
As montadoras insistem que sem a dedução em Pesquisa e Desenvolvimento, o Brasil perderá investimentos no setor para outros países. A proposta do Rota 2030 em discussão pretende um consenso entre o Ministério da Fazenda e o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.
Por Pietra Alcântara com informações da Jovem Pan