Quem está sempre nas estradas sabe o quanto elas podem ser perigosas. Um levantamento feito pelo jornal Agora, com base no Infosiga, do governo estadual, revela que 4 em cada 10 mortes no trânsito nas cidades da Grande SP, com exceção da capital, ocorreram em rodovias.
O estudo mostra que, de 2015 até junho deste ano foram 3.254 casos, sendo 1.207 nas estradas. Cortada por Fernão Dias, Presidente Dutra e Ayrton Senna, Guarulhos foi a cidade com o maior número de mortes no período.
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Entre as rodovias que aparecem identificadas no Infosiga, o destaque negativo ficou com a Régis Bittencourt, responsável por 171 casos. O trânsito mata nas estradas principalmente adultos jovens do sexo masculino (18 a 39 anos), que correspondem a quase metade das vítimas. No geral, homens são praticamente 8 em cada 10 vítimas. Não só quem está no veículo morre nos acidentes. Quatro em cada dez mortes foram de pedestres, e um quarto dos mortos era motociclista.
Os acidentes fatais ocorrem principalmente no período noturno e na madrugada, com 6 em cada 10 casos. O fim de semana é o período mais perigoso. Quatro em cada dez (41,5%) mortes em acidentes ocorreram aos sábados e domingos.
Principais causadores de mortes
Capitão do 1º Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual, Milton Ossamu Yuki afirma que foram indicados alguns pontos como os principais causadores de mortes no trânsito. Entre eles, a presença de pedestres nas rodovias.
“Há muitas pessoas que morrem atropeladas a 100 metros de uma passarela. Criamos algumas ações em parceria com concessionárias. A Ecovias, por exemplo, oferece café da manhã nas passarelas para atrair a atenção dos pedestres”, diz.
Outro ponto tem chamado a atenção da polícia nas rodovias. “Em 2017, incluímos o celular como um dos problemas. Virou epidemia. A falta de atenção é causada pelo uso do aparelho e já acionamos os batalhões para que façam a fiscalização.”
Imprudência e inexperiência são os motivos para o grande número de mortes entre adultos jovens, segundo o capitão.
Arteris
No período citado pela reportagem, entre 2015 e 2017, a Arteris diz que registrou redução de 13% no número de mortes (96 para 83) em todo o trecho da rodovia Régis Bittencourt, de São Paulo a Curitiba (PR) e que isso é foco de ações permanentes com foco em segurança viária.
Segundo a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), sob gestão Márcio França (PSB), até o fim de maio de 2018 foram registradas 1.492 ocorrências. No mesmo período de 2017 foram 1.576 acidentes. Segundo o órgão, houve queda de 5,3% no número de acidentes.
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Adaptado de Folha de S. Paulo