Ao passo que no Brasil há uma quantidade grande de profissionais da estrada para pouca oferta de emprego, estima-se que Portugal tem déficit de 5 mil caminhoneiros. Por isso o país tem recorrido cada vez mais a profissionais estrangeiros, especialmente brasileiros, para assegurar seu sistema de transporte de cargas.
Leia também: EUA enfrenta falta de caminhoneiros para transporte petrolífero
Dados do setor publicados pelo Jornal de Notícias indicam que, no último ano, cerca de 2 mil caminhoneiros brasileiros foram contratados em Portugal, além de outros mil da Venezuela.
A dificuldade para contratar esses motoristas é tão grande que empresas portuguesas oferecem bônus para o recrutamento no exterior.
O porquê do déficit
O déficit de caminhoneiros profissionais em Portugal deve-se a uma conjunção de fatores, especialmente salariais. Enquanto a remuneração base no país é de 630 euros, cerca de R$ 2.800,00, o valor mais do que dobra em outros países da Europa, como França e Alemanha.
Graças às políticas da União Européia, que permite e que portugueses trabalhem legalmente nos países que contém o bloco econômico, muitos caminhoneiros portugueses preferem exercer a profissão nos países vizinhos.
Além disso, há um forte envelhecimento do segmento e dificuldade de atrair jovens para a carreira atrás do volante.
A idade mínima de 21 anos, prevista em lei, também é outro fator problemático para o setor, “um hiato temporal indesejável entre o fim da escolaridade obrigatória e a possível entrada nesta profissão”, afirma a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias via Folha, que congrega mais de 200 empresas do setor.
Vantagens para o brasileiro?
Além de falarem a mesma língua, os brasileiros contam com um convênio bilateral que permite converter a CNH brasileira em carta de condução portuguesa. O benefício, no entanto, é válido apenas para brasileiros que comprovem residência legal em território português.
No caso da troca de habilitação para veículos pesados (categorias C, D e E), é necessário um curso adicional, exigido em toda a União Europeia. A formação varia entre 30 e 140 horas, dependendo do tipo e do tempo de habilitação do condutor.
As exigências para atuação no mercado europeu, que obedece a rígidas regras de segurança e regulamentação, acaba frustrando motoristas que chegam a Portugal sem a documentação adequada.
Por isso, antes de mergulhar de cabeça na empreitada de ser motorista em um país estrangeiro, pesquise para saber quais são as exigências para exercer a profissão naquele país. Já falamos deste assunto no Como faço para trabalhar como caminhoneiro no exterior? – clique para saber mais.
Leia também: Presidente de Portugal faz viagem de caminhão para entender realidade dos motoristas
Por Pietra Alcântara com informações da Folha de S. Paulo
Boa tarde é meu sonho trabalhar com caminhão mas no Brasil não temos muita chance minha categoria D