segunda-feira, novembro 25, 2024

4 motivos para otimismo das montadoras em 2020

Mercado4 motivos para otimismo das montadoras em 2020

A economia no Brasil está em processo de recuperação. A promessa é de inovação e aumento nas vendas de veículos, que deverão acompanhar aspectos econômicos. Mas qual o motivo para o otimismo das montadoras em 2020?

Leia também: 6 tendências de 2020 para o transporte

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o caminho a percorrer ainda é longo e isso vai influenciar o mercado neste ano.

Confira a seguir 4 motivos para o otimismo das montadoras em 2020.

 

Economia

Para a Volvo, este ano a expectativa é que a inflação siga controlada. Outra coisa que vai influenciar as montadoras é a taxa Selic.

A Selic é a base para a definição de quais serão as taxas aplicadas em financiamentos e consórcios. Em 2020, a taxa Selic alcançou uma mínima histórica, o que abaixa taxas e aumenta créditos, aumentando as chance de vendas de caminhões.

Outro aspecto da economia que motiva o otimismo das montadoras é o PIB. A Scania e a Mercedes-Benz estimam um PIB de 2,5 para o ano de 2020, o que, caso se concretize, vai impulsionar a economia.

 

Pacote de manutenção

Essa é uma tendência que cresce cada vez mais forte nas montadoras e é uma das razões para otimismo em 2020. A Scania, por exemplo, registrou um crescimento de 48% na adesão desse tipo de serviço (no caso, o Programa de Manutenção Scania) em relação à 2019. Se em 2018 foram 10.749 veículos que saíram com pacote de manutenção, em 2019 esse número saltou para 15.950.

O programa com planos flexíveis, em que o próprio caminhão avisa quando deve parar, representou 47% do portfólio. Em 2018 tinha sido 29%.

Para a Volvo, os pacotes também são relevantes. Em 2019, os planos de manutenção atingiram 70% dos caminhões entregues no Brasil.

Já com a Mercedes-Benz, houve 95% de crescimento da venda de caminhões com planos de manutenção em relação ao ano anterior. Foram 5.378 veículos vendidos com o plano em 2018 e 10.460 em 2019. Hoje, 38% dos caminhões já vem de fábrica com planos de manutenção.

 

Frota conectada

Outra tendência é conectividade na frota, vinda direto de fábrica. Os Serviços Conectados da Scania cresceram 96% em 2019, em relação ao ano anterior. Do total, 94% foram caminhões, com 28.200 unidades, e 6% foram ônibus, com 1.800 unidades.

A estratégia da montadora é oferecer duas opções de pacote: o Análise, que é gratuito por 10 anos, e o Desempenho, que é pago e é mais completo, segundo a Scania.

A Volvo também avançou em conectividade em 2019. A montadora divulgou que são 58 mil caminhões conectados rodando na América Latina e 10.288 caminhões cobertos pela Manutenção Inteligente Volvo no continente.

A Mercedes-Benz divulgou aumento de 5% em 2019 nas ativações do Fleetboard, que é o sistema de conectividade da marca. Eram 5.300 caminhões vendidos com o sistema em 2018. No ano passado, foram 5.560 caminhões.

O sistema foi ativado em 40% dos caminhões vendidos durante o ano, mostrando que a conectividade tem sido cada vez mais demandada na hora da compra.

 

Energias renováveis

combustivel
Combustíveis fósseis podem ter uso reduzido no transporte terrestre.

A cada ano, o uso de combustível e energias renováveis tem sido mais destacado. No Brasil, a Anfavea defende o uso do etanol e do gás como opção aos combustíveis fósseis, uma vez que o país tem fontes naturais para que veículos assim rodem pelas estradas brasileiras.

Nas coletivas no início deste ano, as montadoras falaram sobre o uso de veículos GNV, a gás natural. Tanto Volvo quanto Mercedes-Benz afirmaram possuírem veículos que atendam essa necessidade, porém ainda não vão divulgar informações sobre o funcionamento no Brasil.

Para a Scania, os caminhões a gás são realidade. O modelo R410 6×2, movido a GNV e/ou biometano, teve sua primeira demonstação feita em parceria com a Citrosuco em 2018, operação que segue aé hoje.

Em Pernambuco, o R410 6×2 está na fase de testes desde o início de dezembro de 2019. Serão de três a cinco meses de testes, em que cerca de 30 toneladas de açúcar serão transportadas ao longo de 200 km, diariamente, na região.

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Caminhão GNV da Scania | Imagem: Divulgação

A Scania divulgou que o caminhão é 15% mais econômico em relação aos motores a diesel, e que seu uso pode reduzir até 15% as emissões de CO2 se abastecido com GNV (Gás Natural Veicular) e até 90% se utilizado com biometano. A montadora quer entregar para o mercado o R 410 a partir de abril deste ano.

Além disso, na última Fenatran, a Scania também anunciou parceria com a Ambev para o funcionamento dos primeiros caminhões pesados do Brasil movidos 100% a gás liquefeito. São dois caminhões GNL, do modelo R410 6×4.

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Caminhão usado pela Ambev em parceria com a Scania | Imagem: Divulgação

Para ônibus, a Scania está no processo de homologação do ônibus GNV e/ou biometano no Brasil. A homologação depende de três fases: do chassi, da carroceria e do sistema de abastecimento do gás. A do chassi foi finalizada e ainda faltam as outras duas etapas.

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Ônibus urbano movido a gás | Imagem: Divulgação

Com opções urbanas e rodoviárias, a previsão da Scania é que os ônibus estejam disponíveis para vendas a partir do segundo semestre de 2020.

Outro destaque de veículo que não usa combustíveis a combustão é o e-Delivery, da Volkswagen, que é elétrico e com tecnologia desenvolvida no Brasil.

e-Delivery
O urbano é a porta de entrada para veículos comerciais elétricos

O e-Delivery começou a ser testado em 2017 em parceria com a Ambev. Os testes reproduziram as rotas mais comuns feitas pelos caminhões na entrega e distribuição de bebidas da Cervejaria Ambev na cidade de São Paulo.

Em 2 de outubro do ano passado, a Volkswagen apresentou o e-Delivery na Suécia. Segundo Roberto Cortes, CEO da montadora, existe interesse real no produto brasileiro.

Os testes nas primeiras unidades já duram mais de 1 ano e os resultados, segundo a empresa, são satisfatórios. Segundo a Ambev, foram mais de 11 toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas na atmosfera. Com o uso do e-Delivery, a empresa deixou de consumir mais de 3.300 litros de diesel no período.

O único problema, segundo os motoristas, é que o silêncio faz com que as pessoas não percebam a proximidade do veículo, por isso, o motorista precisa de mais atenção. Saiba mais clicando aqui.

 

Por Pietra Alcântara

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