O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma queda de 5,9% nos seis primeiros meses de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o PIB do transporte registrou quase o dobro de retração, com -11,3%.
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Esse foi o pior resultado para o setor desde o início da série histórica das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 1996. Além disso, o desempenho do transporte foi duas vezes pior do que o registrado no auge recessão de 2014-2016.
Essa é a conclusão da nova edição do “Transportes em Números”, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta quinta-feira, 3. O estudo detalha os resultados da atividade econômica no primeiro semestre de 2020.
“Essa contração histórica aconteceu em um momento em que ainda buscávamos recuperar os prejuízos de outra recessão, a de 2014-16. Por isso, consideramos que levará um tempo significativo para que todos os segmentos de transporte, em especial os de passageiros, recuperem os patamares pré-crise covid-19”, explica o presidente da CNT, Vander Costa.
Entre os grandes grupos de atividade econômica, o que mais caiu no 1º semestre de 2020 foi a indústria, com queda de -6,5%. Em seguida, vem o setor de serviços com queda de 5,9%. Já a agropecuária conseguiu manter um desempenho positivo no período, crescendo 1,6%, embora bem abaixo do que já foi registrado ao longo da série histórica.
Transporte rodoviário de cargas
Impactado pela crise da covid-19, o desempenho do fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas do Brasil foi negativo no primeiro semestre de 2020.
Em termos de veículos leves houve retração de 23,1% no período, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. Já o de veículos pesados teve queda de 5,5%, na mesma base de comparação, o que representou uma diminuição de 18,8% no fluxo total.
Transporte ferroviário
A movimentação ferroviária brasileira, no primeiro semestre de 2020, caiu 7,6% em toneladas úteis transportadas (TU), na comparação com igual período de 2019.
De acordo com a análise da CNT, a queda se deu sobre uma base de comparação bastante fraca, pois, no primeiro semestre de 2019, o segmento já havia sido afetado pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), o que comprometeu a produção e o transporte de minério de ferro – que representa mais de 70,0% do volume transportado por ferrovias brasileiras.
Futuro
Mesmo com esses resultados no PIB do transporte e no PIB nacional, a CNT espera que a economia aqueça daqui para frente. “Apesar de o momento ser de cautela, esperamos que a economia intensifique a sua reação já nos próximos meses de modo a recompor financeiramente as empresas, bem com propiciar o ambiente necessário para a retomada dos investimentos em infraestrutura”, defende Vander.
Por Pietra Alcântara