quinta-feira, novembro 21, 2024

Biodiesel é bom ou ruim?

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A mobilidade limpa está cada vez mais em pauta quando o assunto é a sustentabilidade do planeta. A busca por fontes renováveis continua sendo incansável, apesar de uma solução concreta ainda não estar ao alcance do consumidor final.

Mas afinal, o biodiesel é bom ou ruim?

Recentemente, a produção de biocombustíveis no Brasil atingiu um marco histórico no ano passado, refletindo o crescimento da diversificação das fontes de energia.

Juntos, etanol e biodiesel somaram quase 43 bilhões de litros produzidos em 2023, alcançando o recorde de todos os tempos. Os dados são da ANP, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O Brasil produziu mais de 7,5 bilhões de litros de biodiesel, impulsionado pela elevação da mistura obrigatória ao diesel para 12%.

Aumento da mistura do biodiesel para 14%

Vale dizer que em março de 2024, o percentual passou de 12% para 14%. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) antecipou o cronograma de aumento da mistura que estava marcado apenas para 2025 alegando evitar a emissão de cinco milhões de toneladas de CO₂ e de reduzir a importação em 2 bilhões de litros de diesel.

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A próxima alteração no percentual de mistura do biodiesel será em 1º de março de 2025, quando o diesel passará a ter 15% de biodiesel (B15). Em 2008, o percentual era só de 2%.

Qual o problema do biodiesel?

O problema do aumento do óleo vegetal no diesel está nas consequências mecânicas futuras, pois quando armazenado de forma incorreta, o biodiesel absorve umidade e reage de forma prejudicial ao motor.

Por isso, é essencial condicionar de forma correta e em alguns casos reduzir o período de manutenção preventiva dos filtros.

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Afinal, a maneira de produção de biodiesel nacional é heterogênea, comprometendo a pureza das propriedades dos produtos, entre gordura animal e vegetal.

O que pensam caminhoneiros e mecânicos

Na sondagem CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre o Biodiesel Brasileiro, mas de 60% dos transportadores perceberam problemas relacionados à mistura.

Entre os relatos estão falhas nos sistemas eletrônicos de injeção e aumento da frequência de trocas dos filtros. O mecânico especializado em diesel, Valdir Hengles, conversou com a reportagem do Pé na Estrada.

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Ele explicou que o biodiesel, em algumas ocasiões, provoca uma espuma no sistema de injeção, ocasionando o entupimento do percurso do combustível. “É como se uma veia estivesse entupida. O coração pede e se esforça como o motor, mas o sangue não chega aonde tem de chegar”, acrescenta.

Outro que já teve problema com o biodiesel foi o caminhoneiro, Ricardo Coutinho. Ele contou ao Pé na Estrada que teve problema com a bomba injetora por conta da mistura e que teve um prejuízo de R$ 8 mil.

Já o companheiro de estrada, Luís Carlos Leal, não condena o biodiesel, alega que utiliza por ele ser mais limpo e mais prático.

O que dizem engenheiros especialistas sobre o biodiesel

O engenheiro e professor universitário, Fernando Landulfo, explica que o tipo do armazenamento influencia na qualidade do biodiesel. Ele descarta a condenação do combustível, mas reforça que quando condicionado de forma errada, pode, sim, ocasionar problemas ao motor.

Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da AEA (Associação de Engenharia Automotiva), coloca que o armazenamento é fundamental. Ele acrescenta que o biodiesel brasileiro é um dos melhores do mundo no quesito qualidade.

“Por isso, é muito importante que distribuidores e postos drenem corretamente os tanques, eliminando a presença de água ou umidade”, alerta o diretor.

A solução pode estar no HVO

Ele ressalta como opção, ainda em menor escala, o óleo vegetal hidrotratado, conhecido com HVO. A diferença dele é que a matéria-prima reage com o hidrogênio em condições controladas de temperatura e de pressão.

Ou seja, em vez de utilizar um álcool como reagente na reação química, utiliza o hidrogênio, retirando o oxigênio do combustível.

 

Veja no programa Pé na Estrada uma reportagem sobre o tema biodiesel

           

 

Por Rodrigo Samy

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.

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