quinta-feira, setembro 12, 2024

Caminhão movido a Gás Natural Liquefeito (GNL) apresentado pelo Ministério dos Transportes já é produzido pela Scania

Nesta terça-feira (13), o Ministério dos Transportes, participou da apresentação do primeiro caminhão movido a Gás Natural Liquefeito (GNL) produzido no Brasil, porém o modelo já é produzido pela Scania.

O modelo, um veículo 460 CV 6×2, pode reduzir a emissão de CO2 em até 28% em comparação com o óleo diesel e é considerado uma espécie de transição para outras fontes renováveis, como a biomassa ou o hidrogênio.

 

O mercado já está atento a descarbonização há um tempo

Algumas montadoras já apresentaram caminhões movidos a GNV (Gás Natural Veicular), GNL e até movido a Biometano, além dos elétricos e outras opções que ajudam na redução de CO2. Porém, o Brasil não vem acompanhando essas novidades, como podemos perceber pela apresentação que o Ministério dos Transportes participou. Uma vez que o produto já vem sendo comercializado e eles apresentaram após quatro anos da tecnologia já implementada. 

Um dos desafios da utilização de caminhões movidos a GNL no país é a implantação de pontos de abastecimento. De acordo com o fundador da Virtu GNL-Brasil, José de Moura Júnior, a previsão é implantar nos próximos meses duas Centrais de Descarbonização Rodoviárias (postos de abastecimento a gás natural, gás natural liquefeito e outros combustíveis sustentáveis) no Maranhão: uma em Balsas e outra em Santo Antônio dos Lopes, em corredores logísticos que levam ao Porto de Itaqui.

“O mais importante é que as empresas que precisam distribuir os seus produtos e estão conectadas a uma agenda de descarbonização vão ter condições de contratar uma frota de caminhões a GNL, o que vai ajudá-las a cumprir os seus compromissos ambientais”, explicou o ministro dos Transportes, Renan Filho.

 

Nova Resolução do Contran

Os modelos de tanque para veículos de carga movidos a GNL necessitam que a composição tenha uma medida maior do que a que estava estabelecida pela legislação brasileira. 

Por isso, em agosto de 2023, a empresa GNL-Brasil submeteu um pedido ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para ampliar o comprimento total permitido para caminhão-trator com semirreboque de 18,6 metros para 19,3 metros.

No dia 3 de abril de 2024, o Contran aprovou a Resolução nº 1.005, autorizando a circulação de veículos articulados do tipo semirreboque com comprimento máximo de 19,3 metros. Essa mudança resultou em um aumento de 7,14% no volume de carga transportada por veículo, o que, por sua vez, levou a uma redução de até 7,4% na quantidade de veículos nas rodovias.

Com menos veículos circulando, há uma diminuição significativa na emissão de CO2, contribuindo diretamente para a descarbonização do transporte rodoviário. Além disso, a ampliação das dimensões dos veículos não compromete a estrutura viária, o que contribui para a sustentabilidade e eficiência do transporte.

 

Caminhões movidos a Gás

Na Fenatran de 2019, a Scania trouxe para a feira a nova Família NTG, caminhões movidos a gás biometano, GNV, e novidades em serviços. Segundo a montadora, os caminhões movidos a GNL também já são produtos antigos da marca. 

Marcas como essa já estão empenhadas para o chamado “Corredor Verde”, criação do Governo para descarbonização do transporte rodoviário. Hoje realmente o que falta é a infraestrutura de pontos de abastecimento e os incentivos para a renovação de frota que podem ajudar na efetiva descarbonização. Veja como funciona a Família NTG da Scania.

 

Sobre o Gás Natural Liquefeito

O Gás Natural Liquefeito (GNL) é produzido a partir do resfriamento do gás natural à temperatura de aproximadamente -160 ºC. Esse processo faz com que seu volume seja reduzido em cerca de 600 vezes e permite o armazenamento de maior quantidade de gás em um espaço menor, o que viabiliza o transporte do energético para longas distâncias. A autonomia do caminhão é de cerca de 1,2 mil quilômetros com um tanque de GNL, contra 300 quilômetros, em média, nos tanques de Gás Natural Veicular (GNV).

 

Veja também: Caminhão a gás chega para o agronegócio

 

Por Thaís Corrêa

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