Na tarde desta sexta-feira, 29, a ANTT revelou o resultado do leilão mais esperado do transporte, o da BR-116 e 101 na ligação Rio de Janeiro/ São Paulo. Apesar de ser o corredor mais importante do País, apenas duas empresas apresentaram propostas, EcoRodovias e CCR. E foi a atual concessionária, a CCR, que levou o leilão e seguirá administrando a Dutra, e agora também a Rio-Santos, pelos próximos 30 anos.
A nova concessão
A nova concessão engloba as duas rodovias, dessa forma, a quilometragem total agora será de 598,5 km. São R$ 14,83 bilhões previstos em investimento, com custos operacionais de R$ 10,9 bilhões. Além disso, a redução das tarifas atuais deve ser de 15,31%. Ainda sobre as novas tarifas, o valor será diferenciado entre os trechos de pista dupla e simples.
Serão 10 praças ao todo, 7 na BR-116 (Arujá, Guararema, Jacareí e Moreira César em SP e Itatiaia no RJ) e 3 na BR-101 (Itaguaí, Mangaratiba e Paraty, todas no RJ). O edital prevê ainda desconto para usuários frequentes (apenas carros) e, como em todas as novas concessões, pontos de parada para caminhoneiros.
De acordo com a ANTT, o Programa de Exploração da Rodovia (PER) inclui a ampliação de capacidade do trecho da Serra das Araras, com a construção de uma nova pista ascendente e adaptação da atual pista para ser a pista descendente. Além disso, a CCR implantará 4 faixas de rolamento por sentido e acostamos internos e externos.
Estão previstos 80,1 km de obras de duplicação; 601,87 km de faixas adicionais; 144 km de vias marginais; 128 passarelas; 2,60 km túneis, e um mínimo de 535 pontos de ônibus em todo o trecho concedido.
Também está previsto o atendimento ao usuário da via com Centro de Controle de Operações (CCO) e 21 Bases do Serviço Operacional (BSO) para apoio das equipes de atendimento médico de emergência, atendimento mecânico e atendimento aos demais incidentes na via.
O plano dá a concessão pelos próximos 30 anos ao grupo.
O leilão
A abertura do resultado foi realizada nos escritórios da B3, em São Paulo. Foram duas as empresas participantes, a EcoRodovias, que atualmente detém a concessão de vias como o sistema Anchieta-Imigrantes, que liga São Paulo à Baixada Santista, e a CCR, atual concessionária de Dutra e de diversas outras rodovias.
O edital previa que sairia ganhadora a empresa que apresentasse menor tarifa, com um limite de redução de até 15,31% do valor atual, e maior outorga, ou seja, maior valor a ser repassado para o estado.
O primeiro envelope a ser aberto foi o da EcoRodovias, que propôs redução (chamada no edital de deságio) de 10,6% da tarifa atual. Logo após, foi aberto o envelope da CCR, que propôs a redução máxima de 15,31%, com isso, levou o leilão da Dutra. Além disso, a outorga proposta pelo grupo foi de R$ 1,77 bilhão.
De acordo com o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o número pequeno de participantes se deve à complexidade da concessão e a necessidade de disponibilidade de grandes valores para investimento. O ministro disse ainda que, quando viu quem eram as duas participantes, ficou tranquilo, pois em qualquer caso a rodovia estaria em boas mãos.
Por Paula Toco com informações da ANTT
Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.