Essa é a previsão considerando a tendência registrada pelos números do DPVAT. Daqui dois anos, Brasil deverá ter mais do dobro de mortes no período da Década de Ação pela Segurança no Trânsito, que vai de 2011 à 2020. No mês passado, foi aprovado no Congresso o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito com uma série metas de redução de índice de mortos no trânsito por grupo de habitantes e por grupo de veículos. Para que isso aconteça, é preciso cooperação de todos. Uma única atitude pode evitar um acidente na estrada.
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Todas as propostas para reduzir acidentes são importantes mas devemos recordar que nos anos 90 tivemos o PARE – Programa de Redução de Acidentes. Na década seguinte vários estudos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre os custos dos acidentes de trânsito e tantos outras pesquisas, projetos e planos.
Em 2011 o Brasil foi signatário de Resolução da ONU de reduzir as mortes pela metade até 2020, na chamada década de ação pelo trânsito seguro. No ano de 2010 foram 42.844 mortos em decorrência dos acidentes. Isto significa que para atingir a meta precisamos reduzir as mortes de 42 mil pessoas por ano para 21.000. Entretanto, em 2017 serão mais de 42 mil mortes, considerando os dados das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT até novembro de 2017. Os dados do seguro não são referentes somente aos acidentes de 2017 mas revelam a curva de crescimento que infelizmente confirma que o Brasil não cumprirá as metas da ONU.
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Falta muito para as propostas saírem do papel e chegarem ao mundo real. Nas rodovias federais, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal tem o mesmo efetivo de 1994 e vai ficar ainda menor com a antecipação das aposentadorias e falta de concursos. Nem mesmo a padronização das estatísticas de acidentes o país conseguiu. No caso das rodovias federais a PRF criou um padrão mas cada polícia rodoviária estadual tem sua metodologia. Isso quando tem alguma estatística.
Portanto, o problema brasileiro não é falta de planos, muito menos de legislação. Nem mesmo podemos alegar falta de recursos, pois uma pequena redução de acidentes significa bilhões de economia para o país. O que falta é execução, cumprir metas, aplicação rigorosa da lei e a sociedade brasileira assumir que reduzir a violência no trânsito tem que ser uma prioridade.
Afinal, de 2011 até 2020, período da Década da ONU, pelo menos 400 mil brasileiros terão morrido no trânsito e cerca de 4 milhões serão vítimas de invalidez permanente. Será que esses números não são suficientes para entendermos o tamanho do problema?