A greve dos caminhoneiros paraguaios, que começou na madrugada de 29 de janeiro, continua a todo vapor no país, apesar da decisão de adiar a entrada de bitrens brasileiros no Paraguai.
Os estradeiros paraguaios são contra um acordo entre o governo do país e o Mato Grosso do Sul que permite que treminhões ou bitrens brasileiros sejam responsáveis pelo transporte de safras de milho e soja.
Antes do acordo, esses tipos de caminhão eram proibidos de circular no Paraguai. Os caminhoneiros de lá afirmam que a medida os deixa em condições desiguais em relação aos motoristas brasileiros, já que não há no país motoristas paraguaios dirigindo bitrens ou treminhões.
Na sexta-feira, 2, o governo do Paraguai suspendeu por um ano a entrada de caminhões bitrens procedentes do Brasil para o transporte de soja.
Segundo informações da Agência EFE, o ministro de Obras Públicas e Comunicações, Ramón Jiménez Gaona, fez um acordo com o governo estadual de Mato Grosso do Sul para que o transporte de soja para o Paraguai, cerca de 1 milhão de toneladas, seja feito com “caminhões convencionais”, como exigiam os transportadores paraguaios.
Apesar da decisão, a greve continua. Segundo o Portal R7, para os grevistas, o adiamento não basta. Eles querem que o governo se comprometa a impedir definitivamente que os novos veículos façam o transporte da safra de soja do Mato Grosso do Sul até o porto de Concepción.
Relembre: 4 vezes que os caminhoneiros pararam o Brasil.
Grevistas x governo paraguaio
Uma reunião entre os grevistas e o Ministério das Obras Públicas e Comunicações do país foi planejada antes da decisão, para resolver o conflito causado pela aprovação do regulamento que permite que bitrens brasileiros passem a transportar em terrar paraguaias.
Segundo a EFE, o presidente da Associação dos Caminhoneiros do Paraguai, Angel Zaracho, afirma que a reunião falhou depois do pedido dos transportadores de retirar a resolução assinada em janeiro e iniciar as negociações. Ele acrescenta que, a partir dessa proposta, o ministro “encerrou a reunião sem negociação”.
Por sua vez, o ministro Jiménez Gaona, em uma conferência de imprensa, declarou que a reunião falhou pela falta de diálogo por parte dos manifestantes. No entanto, ele disse que o governo continua aberto ao diálogo e reiterou a necessidade de fazer do Paraguai um centro de logística na região, por meio de medidas como essa.
Efeitos da greve
De acordo com o jornal La Clave, o comércio da Cidade del Este no Paraguai, não recebeu abastecimento no último fim de semana devido à paralisação dos caminhoneiros, que acontece no país desde o dia 29 de janeiro. Segundo comerciantes, vários supermercados locais estão com falta de produtos lácteos.
Já na região do Alto Paraná, na divisa com o Brasil, os postos de combustíveis já não estão mais abastecendo os automóveis. Segundo o R7, os postos estão fazendo estoque de reserva para não deixar ambulâncias e outros serviços de urgência parados.
A Cervepar, responsável pela produção de cerveja no país, já anunciou que o Paraguai corre o risco de ficar sem cerveja. O diretor de assuntos coorporativos da empresa, Fernando Torres, em uma entrevista à rádio ABC Cardinal, afirmou que os caminhoneiros que prestam serviços para a cervejaria estão sendo ameaçados se furarem a greve.
E você, o que acha da greve dos caminhoneiros no Paraguai?
Por Pietra Alcântara