Na sexta-feira (24 de fevereiro), o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin, defendeu, em reunião com Ministério da Agricultura, o aumento da mistura de biodiesel no diesel comercializado nas bombas. A previsão é que o teor permaneça em 10% em março e seja revisto para 15% em abril.
Por que esse aumento do biodiesel na mistura do óleo diesel?
A mistura de biodiesel ao óleo diesel já deveria estar em 13% desde 2021 e neste ano em 15%, conforme a Política Nacional dos Biocombustíveis. Essa política foi criada em 2017 para incentivar o aumento na produção e participação dos biocombustíveis na matriz energética do transporte brasileiro.
Entre 2020 e 2022, o teor do biodiesel oscilou entre 10% e 12%. Esse recuo foi feito por decisão do governo anterior, de Jair Bolsonaro, por conta do aumento no valor da soja, um dos materiais usados para a produção desse combustível. O argumento foi a contenção no preço do óleo diesel para o consumidor final.
Agora, o governo pretende cumprir esse cronograma, que é regulado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e pelo Conselho Nacional de Política Energética do Ministério de Minas e Energias.
Essa mudança na mistura do diesel prejudica o caminhoneiro?
O diesel é um combustível fóssil que acaba contribuindo para a poluição ambiental. Por isso, o aumento na mistura do óleo diesel com biocombustível é considerada uma alterativa para diminuir as emissões de poluentes, assim como a nova norma do PROCONVE P8.
O Pé Na Estrada vem tratando sobre o biodiesel há algum tempo, sobretudo, porque isso pode trazer impactos diretos aos caminhoneiros no custo do combustível para o transportador, assim como os riscos mecânicos.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) lançou uma nota, na própria sexta-feira, apontando os problemas citados acima e ainda que a mudança na mistura pode causar ampliação da poluição atmosférica.
Segundo o órgão, a alteração na composição do óleo diesel diminui a eficiência energética dos motores, aumentando o consumo. Maior consumo equivale a maior emissão de poluentes, especialmente o óxido de nitrogênio.
“A experiência da utilização de 13% de biodiesel ocorrida no passado já comprovou isso. Há diversos relatos de panes súbitas em ônibus e caminhões, que se desligaram sozinhos durante funcionamento em rodovias. Isso pode provocar acidentes com vítimas fatais, o que preocupa todo o setor de transporte no Brasil“, de acordo com a nota da CNT.
Conforme a Confederação, é necessária a elaboração de estudos independente que apontem o teor mais favorável da mistura para o meio ambiente e para o funcionamento dos motores. Isso para garantir a segurança aos transportadores e aos usuários das rodovias brasileiras.
Assista o vídeo abaixo, matéria em que o Jaime Alves. O repórter conversou com especialista que apontaram qual o teor do biodiesel adequado para que o cargueiro não tenha prejuízos.
Por Jacqueline Maria da Silva com informações do G1 e IstoÉ.