Nesta sexta-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro publicou em seu perfil no Twitter sobre planos para negociações entre o governo brasileiro e a montadora norte-americana Tesla.
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– Em março estarei nos Estados Unidos.
– Em nossa extensa agenda a possibilidade da Tesla no Brasil. pic.twitter.com/Iu9LqX56Uh— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 21, 2020
O governo brasileiro planeja a visita do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, em uma unidade da Tesla nos Estados Unidos.
A ideia é que a fábrica seja eventualmente instalada em Santa Catarina, na cidade de Criciúma. Um dos intermediadores do projeto é o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC), autor de um projeto de lei para isenção fiscal a carros elétricos.
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Fábricas em outros países
A Tesla já tem fábricas nos Estados Unidos e na China, enquanto uma planta na Alemanha está em construção. Nessa última, a construção da fábrica está sendo recebida com opiniões mistas.
O local da construção é uma área florestada próxima a Berlim e deverá empregar 12 mil trabalhadores para produzir cerca de 50 mil veículos por ano.
Quando o projeto foi anunciado, em novembro, foi descrito como forma de desenvolver economicamente a região e poderia até trazer outros investidores ao setor automotivo alemão.
O grupo ambiental Grüne Liga Brandenburg (ou Liga Verde Brandemburgo) diz que a empresa americana não deveria ser autorizada a começar a derrubada de árvores até que consiga toda a permissão para a construção. A derrubada foi temporariamente suspensa.
Lembrando que veículos elétricos tem o apelo de não poluir o meio ambiente como veículos a combustão.
Mercado de elétricos no Brasil
O Brasil ainda não é um grande mercado para veículos elétricos, segundo a Agência Brasil. Isso pois, por aqui, há facilidade na produção de combustíveis não fósseis que poluem menos: os biocombustíveis.
O Brasil possui a vantagens de ser o segundo maior produtor de etanol e biodiesel, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
A transição dos veículos à combustão para veículos elétricos e híbridos (que misturam eletrificação e combustíveis fósseis) no Brasil seria motivada por tendências como a urbanização, concentração de pessoas nas cidades, mudanças demográficas e mudanças climáticas.
A redução de emissão de gases poluentes é um dos pontos que motiva a transição para veículos com sistema elétrico ou híbrido fora do país.
De acordo com Alexandre Sakai, que comanda o Segmento Automotivo e de Eletromobilidade da SIEMENS, o transporte é responsável por 21% das emissões. Em países europeus, os veículos são responsáveis pela maior parte das emissões.
De acordo com o diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Mauro Coelho, 70% das emissões de CO² no Brasil vem do setor de florestas e uso da terra, ou seja, por meio do desmatamento.
Por isso, a implantação de veículos elétricos no Brasil não é vista como urgente para especialistas da área. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), por exemplo, vê mais potencial no investimento do uso de biocombustíveis.
Investimentos
Na última quinta-feira, 20, a Audi anunciou que fará um investimento de 10 milhões de reais para a instalação de 200 estações de recarga de veículos elétricos no Brasil até 2022.
A decisão ocorre em meio ao avanço, ainda tímido, da oferta e das vendas no segmento. “A infraestrutura de recarga sempre aparece como um dos pontos de maior preocupação dos potenciais consumidores em pesquisas que realizamos sobre veículos elétricos”, diz Johannes Roscheck, CEO da Audi do Brasil.
A quantidade de estações de recarga ainda é limitada para o tamanho do Brasil: são cerca de 250 a 300 unidades, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Esse é outro obstáculo no caminho do país em direção ao uso de carros elétricos.
Por Pietra Alcântara com informações da Exame
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