sexta-feira, novembro 22, 2024

Logística do Enem: entenda a operação de transporte do exame nacional

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No último domingo, 4, aconteceu em todo o Brasil o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, principal sistema de seleção para cerca de 500 universidades do país. Nesta edição, as provas são aplicadas nos dias 4 e 11 de novembro para 5,5 milhões de inscritos.

Para manter o sigilo das questões até o momento da aplicação do teste – que tem duração de dois dias – o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é responsável por uma complexa operação logística que envolve cerca de 500 mil pessoas.

Todas as etapas do Enem, da publicação do edital à divulgação dos resultados, são monitoradas por um setor do Inep. Eles também são responsáveis pela gestão de riscos, um planejamento cauteloso de todas as intercorrências possíveis e os planos de ação caso elas ocorram.

O objetivo é garantir que as provas cheguem aos estudantes de maneira segura, sem que vazem informações antes da aplicação do exame e que os cadernos de resposta e gabaritos sejam recolhidos e corrigidos com eficiência e rapidez, em escala nacional.

Mas como funciona essa operação? Continue lendo e entenda a logística do Enem.

Tudo começa com a preparação de mais uma edição do Enem, que é feita antes mesmo da última edição ser finalizada. A produção das questões, por exemplo, é bem anterior à montagem da prova. Também começa bem cedo o planejamento dos custos, as licitações, as contratações dos fornecedores de serviço e a preparação do edital.

 

Impressão das provas

Para o Enem 2018, foram impressos 11 milhões de cadernos de questões para aplicação do Exame aos 5,5 milhões de inscritos. Na mesma gráfica são impressos mais de 50 itens de material administrativo necessários para a aplicação, que vão da folha de coleta do dado biométrico até as etiquetas de identificação dos malotes.

As provas do Enem são impressas durante dois meses, demandando um volume de duas carretas toco 3 eixos por dia. Ao todo, são consumidas duas mil toneladas de papel em todo o processo, ou seja, dois milhões de quilos de papel com selo de procedência. Mais de 600 funcionários, contratados em um formato diferenciado de seleção, atuam no processo.

“O Enem é a maior prova personalizada do mundo. O exame chinês tem mais participantes, mas apenas um caderno de prova. A ousadia de imprimir provas personalizadas para o Enem já trouxe especialistas de 14 países para conhecer o processo. O Chile, inclusive, vai aplicar provas personalizadas em seu próximo exame nacional a partir da experiência do Inep com o Enem”, comentou Amilton Garrau, representante da gráfica junto ao Inep.

 

Armazenamento

As provas do Enem são impressas e ficam prontas no início do segundo semestre de cada ano. Desse período até a aplicação das provas, elas ficam armazenadas em um batalhão do Exército Brasileiro. Os malotes de provas já chegam aos galpões de armazenamento dentro de CDL (containers desmontáveis leves) separados por município de aplicação.

 

Interiorização

Em setembro, é assinada a ordem de serviço com autorização para a interiorização das provas, que nada mais é que sua expedição para as capitais das 27 Unidades da Federação. Com escolta da polícia militar ou da polícia rodoviária federal, elas são encaminhadas para os batalhões do Exército em todas as Unidades da Federação.

As provas ficam sob vigilância até o dia de aplicação ou até a sua interiorização para uma unidade de distribuição.

 

Distribuição

Todos os malotes têm lacres físicos e eletrônicos, que acusam a hora em que o malote de prova foi fechado, ainda na gráfica, e aberto pelo coordenador de local de aplicação. O malote com as provas só pode ser aberto às 13h, após o fechamento dos portões, nos dias da aplicação do exame.

A abertura deve ser feita na presença do certificador da Rede Nacional de Certificadores, um servidor público federal ou professor da rede pública estadual ou municipal que representa o Inep em cada local de prova. Também testemunham o processo dois participantes escolhidos de maneira aleatória.

 

Contra fraudes

Para garantir a segurança e evitar fraudes, nesta edição houve também uma ampliação da estratégia para detecção de pontos eletrônicos – o número de aparelhos quintuplicou em relação à edição 2017. Além de um detector de metal, usado nas salas em que os estudantes fazem o exame, serão usados também detectores de ponto eletrônico operacionalizado pela Polícia Federal, que identifica emissão de sinais em radiofrequência de WiFi, Bluetooth, celulares e transmissões ilegais.

 

Logística reversa

Ao final da aplicação, são recolhidos os malotes (com o gabarito, a Folha de Redação e outros documentos como as folhas de presença) e a carga é enviada para as centrais de correção do consórcio aplicador. Todo o processo é feito com escolta da Polícia Militar.

Os caminhões usados no transporte dos malotes são monitorados por satélite. As portas são abertas remotamente, por meio de um sistema de segurança máxima da carga transportada.

 

Leia também: Logística do roubo de cargas é mais eficiente que de muitas empresas

 

Por Pietra Alcântara com informações do Inep

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