Mais de 10 mil roubos de cargas foram registrados no país em 2024, com prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão.
Os dados de fechamento de 2024 são da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística. E conforme o relatório de Análise de Roubo de Cargas, os ataques cresceram quase 25% no primeiro semestre deste ano.

O aumento desse tipo de crime tem impactos diretos para as empresas, como investimentos adicionais em segurança e tecnologia, atrasos nas entregas e necessidade de rotas mais longas para evitar áreas de risco, medidas que também acabam elevando os custos repassados ao consumidor final.
Já a arrecadação de empresas de seguros vem aumentando nesse cenário. Nos primeiros cinco meses do ano, de acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras, a arrecadação do seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga cresceu cerca de 8%, alcançando R$ 570 milhões.
Desde 2023, é obrigatória a contratação de seguros para transportadores de carga. Uma portaria editada pela ANTT no último dia 11 prevê a suspensão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas para empresas que não comprovarem a contratação dos seguros exigidos.
Os seguros obrigatórios são os seguintes:
– RC-V (Responsabilidade Civil de Veículo), cobre danos causados a terceiros por veículos durante o transporte da carga.
– RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga), para danos à carga durante o transporte.
– RC-DC (Responsabilidade Civil por Desaparecimento de Carga), em razão de roubo, furto, apropriação indébita, entre outros.
Recentemente o Pé na Estrada fez uma reportagem sobre a necessidade dos documentos que comprovem o seguro.
Com o título a ANTT pode suspender RNTRC na falta de seguro para terceiro, o texto destaca e reforça a necessidade.
O roubo de cargas no Brasil continua sendo um problema grave e tem mostrado um crescimento preocupante.
Embora o número total possa variar, as perdas financeiras e o impacto na logística do país são significativos.
Veja alguns pontos sobre a situação do roubo de carga:
Aumento de casos: segundo Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o roubo de cargas voltou a crescer após um período de estabilidade.
Regiões mais afetadas: O Sudeste é, de longe, a região mais crítica, concentrando a maioria dos roubos.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking de ocorrências, seguidos por Minas Gerais. A região Nordeste, especialmente Bahia, também tem apresentado um aumento de casos.
Os produtos mais visados: Os bandidos visam principalmente cargas de alto valor e fácil revenda. Os setores mais atingidos são:
- Alimentos e bebidas
- Eletrônicos e produtos de informática
- Produtos farmacêuticos e medicamentos
- Combustíveis
- Têxteis, vestuário e calçados
Em resposta ao problema, empresas de logística e transportadoras têm investido em tecnologias como rastreamento, telemetria e escolta armada.
O governo e as forças de segurança também intensificaram operações em rodovias e áreas de risco, mas o crime continua a se adaptar.
A atuação de quadrilhas especializadas e a falta de fiscalização em pontos de receptação de mercadorias roubadas são desafios persistentes.
Portanto, a situação dos roubos de carga no Brasil é complexa, com um alto impacto econômico, e exige uma abordagem contínua e coordenada entre o setor privado e o público para tentar conter o avanço do crime.

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.