Motoristas ficam sem informações por troca de concessões em SP. Logo, a troca de concessionária na Raposo Tavares e na Castello Branco deixou motoristas sem acesso a informações em tempo real.
Com isso, a Ecovias Raposo-Castello ainda não implementou o serviço que a antiga operadora, ViaOeste (CCR), oferecia.
Motoristas sem informações por troca de concessões
A ViaOeste, do grupo CCR, disponibilizou o serviço, usado por milhares de motoristas, até março.
Portanto, desde a virada de gestão, no dia 30 de março, o site da Ecovias passou exibir a seguinte mensagem: “Serviço de informação em tempo real será disponibilizado em breve”.
Com isso, os motoristas perderam uma ferramenta essencial para o planejamento de rotas e avaliação de situações como congestionamentos, acidentes ou interdições.
Concessão contestada que já começa com arestas
Logo no início da nova concessão, na última quinta-feira (3), dois acidentes na Raposo Tavares, na altura de Cotia, sentido capital, provocaram congestionamentos.
Apesar da situação, nenhuma informação constou no site ou nas redes sociais da concessionária até pelo menos uma hora após o ocorrido.
A Ecovias afirma que a ausência do sistema se deve ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), sem estrutura de tempo real, que antes operava o trecho.
Notícias em tempo real deve voltar em julho de 2025
A ideia, conforme a concessionária, é que o sistema volte no primeiro semestre. Vale dizer que outras rodovias da própria Ecovias, como Anchieta-Imigrantes, já contam com câmeras de segurança e monitoramento em tempo real.
Por outro lado, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), responsável por fiscalizar os contratos de concessão, disse que o uso de sites ou painéis para informar os usuários é uma escolha da operadora.
Trecho almejado que prevê obras faraônicas
A Ecovias assumiu oficialmente a gestão do Sistema Raposo-Castello à meia-noite do dia 30 de março, com a promessa de redução de pedágios e modernização da malha viária.
Um ponto crítico da concessão é o projeto chamado de Nova Raposo. Um projeto insustentável e criado com consultas públicas pouco divulgadas.
Com a proposta de desapropriar e desmatar áreas verdes em torno da rodovia, ele acendeu a luz de alerta e ativou o movimento Nova Raposo, Não que aponta questões da inviabilidade do projeto.
Movimento “Nova” Raposo, Não
Hoje, mais de 25 mil assinaturas de uma petição online explica por que esta obra não deve avançar.
O embasamento é o de uma pesquisa, onde 63% da população na região por onde está prevista a obra da Nova Raposo (Vargem Grande, Cotia e São Paulo) desconhecem totalmente o projeto.
Pesquisa reforça a baixa popularidade da nova rodovia
Já dos 37% que estão sabendo, 30% consideram que o principal impacto é ambiental e 67%, que a obra vai agravar a crise climática.
A pesquisa também revelou que 49% dos entrevistados apontaram o transporte público de massa como solução, seguido por 32% que defendem corredores exclusivos para ônibus.
Um dado surpreendente é que 8 em cada 10 pessoas que utilizam o carro próprio como principal meio de transporte na rodovia Raposo Tavares, indicam o transporte público como alternativo.

O que prevê a Nova Raposo?
A nova concessionária ficará responsável por executar entre o 3º e 8º ano 78 km de faixas adicionais, sendo 34 km na SP-270 (Rodovia Raposo Tavares) e 44 km na SP-280 (Rodovia Castello Branco); 22 km de duplicações, sendo 5 km de duplicação na SP-029 e 17 km na ligação Cotia-Embu das Artes; e 43 km de marginais a serem realizadas na Raposo.
O contrato também prevê a instalação de 2 áreas de descanso para caminhoneiros, construção de 32 passarelas e 42 km de ciclovias.
Mais pedágios na Nova Raposo
Hoje, onde há pedágio, haverá redução a partir do início da concessão, em média, de aproximadamente 30% do valor da tarifa.
Já a partir do 3º ano, a concessionária converterá as praças de pedágio existentes em pórticos de cobrança automática, conhecidos como free-flow.
Ou seja, é interessante acompanhar bem de perto. Afinal, se a informação em tempo real já vem truncada, imagine como será durante a execução das obras.

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.