Na última sexta-feira, 31, um anúncio da Petrobras chocou principalmente quem trabalha com transporte rodoviário de cargas: o diesel aumentou 13%. Este aumento se refere ao preço praticado para refinarias.
Os novos preços entram em vigor já nesta sexta-feira e devem acabar impactando no valor pago pelos consumidores nas bombas. O repasse do reajuste para o preço final, entretanto, vai depender dos postos.
Em nota, a Petrobras informou que o valor “reflete a média aritmética dos preços do diesel rodoviário, sem tributos, praticados pela Petrobras em suas refinarias e terminais no território brasileiro”.
Apesar do reajuste, o novo preço do diesel nas refinarias ainda continuará abaixo do que era praticado antes da greve dos caminhoneiros. A máxima do período de reajustes diários da Petrobras foi registrada no dia 22 de maio, quando o diesel chegou a R$ 2,3716 nas refinarias. As informações são do G1.
Preço congelado
A principal reivindicação e medida negociada entre motoristas e o governo federal durante a greve dos caminhoneiros foi a redução do preço do diesel. Por meio de uma medida provisória, a MP 838/18, o presidente Temer ordenou a redução do combustível em R$ 0,46. Porém, essa medida só vigorou por 60 dias.
Após o fim do prazo, a medida foi editada para valer até dezembro de 2018. Com isso, a União concedeu subvenção econômica na comercialização de óleo diesel no valor de R$ 0,07 por litro até o dia 7 de junho e de R$ 0,30 por litro a partir do dia 8 de junho e até o dia 31 de dezembro de 2018.
Mas então, por que a Petrobras pôde aumentar no preço do diesel? Porque a medida se refere ao subsídio do diesel, ou seja, à contribuição dada pelo governo para manter o preço do combustível.
A medida limita os reajustes ao preço do diesel feitos pela Petrobras, que eram quase diários. Agora, eles podem ser feitos de 30 em 30 dias. A medida permite que o governo subsidie a diferença do preço durante esses 30 dias. Mas a Petrobras ainda está autorizada a fazer seus reajustes, se baseando no mercado internacional e na cotação de moedas internacionais, como o dólar.
O que isso significa para o estradeiro?
Aumento no combustível quer dizer aumento no custo do transporte. Antes, quem arcava com essa diferença era o caminhoneiro autônomo. Hoje, com a tabela mínima de frete, a história é um pouco diferente.
Desde o anúncio da Petrobras sobre aumento no preço do diesel, motoristas de caminhão de todo o país manifestaram-se contra a medida e passaram a articular uma nova paralisação de caminhoneiros.
Além da pressão da população, a própria lei da tabela, a Lei 13.703, define que o preço do frete deve ser reajustado sempre que o valor do óleo diesel tiver oscilação superior a 10%. Então, já era de se esperar que a ANTT publicasse novos valores o mais rápido possível. Ela fez isso por meio do Diário Oficial dessa quarta-feira, 5. Clique aqui para saber mais.
Por isso, fique atento: o cálculo do frete mudou. Para calcular o frete de sua viagem, acesse nossa Calculadora de Frete.
O que resta é esperar que a ANTT cumpra seu dever em fiscalizar as empresas, para garantir que o valor mínimo do frete está sendo respeitado.
Por Pietra Alcântara