Acidentes de trânsito são um problema no Brasil e no mundo, muitos deles causados pelo excesso de velocidade nas vias. Para diminuir as estatísticas, alguns países apostaram em emojis como medidores de velocidade, abordagem que tem embasamento em estudos de psicologia.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,25 milhão de pessoas perde a vida no trânsito, por ano, ao redor do mundo. No Brasil, cerca de 40 mil óbitos a cada ano são registrados conforme os dados do Ministério da Saúde.
Uma das infrações mais comuns no trânsito segundo uma pesquisa da Arteris é o excesso de velocidade. Na tentativa de diminuir a prática, muitos países, inclusive o Brasil, além de fazer campanhas, usam detectores de velocidade para indicar aos motoristas que estão acima do permitido. Um estudo do Serviço de Pesquisas sobre o Trânsito de Londres em 2008 indica que funcionam.
Mesmo que a mesma informação já estivesse no painel do carro, quando observava a velocidade nas placas eletrônicas, a maioria dos motoristas reduzia a velocidade logo depois do aviso. Mas alguns lugares acham que mensagens mais criativas sensibilizam ainda mais.
Em Danville, nos Estados Unidos, que há um ano passou a ter emojis nos medidores de velocidade, o Departamento de Polícia Metropolitana diz que adotou a linguagem do momento para falar aos motoristas em vez de simplesmente dizer “vá mais devagar”. Mas porque adotar emojis pode ser mais efetivo? A psicologia explica.
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Reações humanas
A psicóloga Yasmine Kalkstein, que também leciona na Saint Mary College, afirma que as pessoas têm mais facilidade para interpretar e reagir a rostos e expressões humanas, o que favorece o uso de emojis na sinalização.
É o mesmo raciocínio da RTA, a entidade que cuida dos transportes e estradas de Dubai, onde os emojis são usados há quase dois anos. Para as autoridades, os emojis, tanto tristes como felizes – que aparecem para os motoristas dentro da velocidade permitida – facilitam a comunicação, já que são conhecidos de todo mundo por causa do Whatsapp.
Além disso a RTA diz que as mensagens também foram inspiradas por estudos comportamentais. A ideia é que a mensagem personalizada chame mais atenção de cada motorista, produzindo um impacto mais direto.
É natural e esperado que novas ideias, surgidas de novas tecnologias, sejam incorporadas ao cotidiano. Entre os especialistas no trânsito, essas intervenções são comparadas a tratamentos médicos experimentais. Mas alguns resultados sugerem cautela no longo prazo.
No caso do estudo de Londres, por exemplo, o impacto mais forte durou duas semanas. Muitas pessoas passam todos os dias pelos locais dos avisos. Acabaram se acostumando com o alerta de que estão acima do limite. E então seguiram correndo.
Adaptado de Portal G1
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