O caminhoneiro autônomo geralmente é um profissional sem muito tempo livre, pois está sempre viajando ou tentando conseguir uma carga. Por essa falta de tempo é que muitos não se preocupam em administrar seus custos com o caminhão de forma mais profissional. Em tempos de vacas gordas, até dá para levar o negócio dessa forma, mas em época de crise, o motorista precisa ver que seu caminhão é sua empresa e toda empresa precisa de um administrador.
O próprio caminhoneiro pode administrar seu negócio. Pode também contar com a ajuda da família, como mulher/marido e filhos, nessa tarefa. É importante, primeiramente, saber para onde vai o dinheiro e depois buscar formas de reduzir os custos. Aproveitar as esperas para carregar, descarregar e carimbar nota podem ser usadas para fazer esse controle.
Passo 1 – Saber para onde vai o dinheiro
Na maior parte das vezes o motorista tem os grandes números em sua cabeça, mas é necessário saber exatamente quanto se gasta em cada coisa, inclusive nos gastos menores do dia a dia. Para isso o autônomo precisa anotar tudo, absolutamente tudo que gasta. Isso pode ser feito com ajuda do computador, como em uma planilha de excel, ou até em um caderno. Abasteceu o tanque? Anote o valor. Almoçou no posto? Anote também. Comprou um chocolate? Anote. Ao final de um mês, o caminhoneiro já terá uma boa ideia de quanto gasta com itens básicos e quanto pode economizar cortando supérfluos. É importante manter sempre a planilha atualizada.
O Sebrae oferece diversos cursos e materiais, muitos sem custo e a distância, para ajudar o pequeno empreendedor a controlar os gastos de sua empresa. Clique aqui e veja o artigo sobre como estruturar sua planilha de planejamento financeiro.
Passo 2 – Economizar no combustível
Todo mundo sabe que o diesel representa mais de 50% do custo do caminhão, então qualquer 1% de economia aqui já faz muita diferença ao final de um ano. Algumas dicas são muito básicas, como manter sempre a pressão dos pneus no nível correto, não rodar acima dos 90km/h e não colocar combustível de má qualidade no tanque. Mas o conhecimento técnico do caminhão também é muito importante. As montadoras oferecem cursos de direção econômica e afirmam que um motorista bem treinado pode economizar até 10% de óleo diesel.
Vamos fazer um exemplo com um caminhão trucado, que faz a rota São Paulo/Salvador. São 2mil km. Digamos que ele faça, em um caminhão razoavelmente novo, 3,5 km/l. Em uma viagem são 570 litros de combustível. A R$ 2,60 o litro, são R$ 1.500,00 de diesel em um trecho. Se ele fizer uma viagem completa (ida e volta) a cada 10 dias, são 6 trechos por mês, e se ele fizer esse trajeto por 12 meses, serão R$ 108 mil só de combustível ao longo de um ano. Um motorista que faz a capacitação e consegue economizar 10% desse valor, terá economizado R$ 10 mil em um ano, apenas mudando sua forma de dirigir.
O modelo e valor do curso é diferente em cada montadora, mas pela economia, vale a pena. A internet também está cheia de dicas interessantes. Digite “dicas para economizar combustível caminhão” no Google e divirta-se.
Passo 3 – Cuidar dos pneus
O próximo item importante na planilha de custo de um caminhão é o pneu. Aqui a dica é não optar apenas pelo menor preço. É necessário pesquisar quanto dura cada modelo e quantas recapagens permite. Muitas vezes um pneu que é mais barato na hora de comprar, acaba muito antes e vira prejuízo para o estradeiro.
Também é essencial cuidar do pneu em uso, mantendo sua pressão sempre correta, para evitar desgaste prematuro comprometimento da carcaça. Segundo a Bridgestone Bandag, os 5 ladrões da quilometragem são:
Alinhamento incorreto – reduz a quilometragem total do pneu em até 25%
Balanceamento incorreto – reduz a vida útil em até 20%
Controle de pressão inadequado – reduz até 25% da quilometragem
Desenho de banda inadequado – reduz até 40%
Emparelhamento inadequado – reduz até 25%
Veja mais detalhes aqui.
Existem ainda muitas outras formas de se economizar, mas seguindo estas, o estradeiro já verá um ganho líquido no fim de cada mês e ano. Se você tiver outras dicas para compartilhar, deixe nos comentários abaixo.
Por Paula Toco
[…] época de crise, custo é tudo. Baixar o custo é ordem e uma questão de sobrevivência. Pensando nisso e em elevar a competitividade da marca […]