O palco do momento é o trecho entre Marabá e Ipixuma, no Pará. No tapetão, uma fila de caminhões que aguardam para passar na pesagem. Por que o acumulo de veículos na hora de pesar o bruto? Segundo o motorista carreteiro Wesller Lancastter de Lima, de Tucumã no Pará, o que causa a lentidão do processo é a pesagem por eixo.
Assista ao vídeo: Peso bruto total x peso por eixo – qual a medição correta?
Mas será que existe modo mais ágil de pesar o caminhão? Continue lendo e venha destrinchar o assunto com a gente.
Prejuízos e atrasos ao pesar o bruto
No vídeo enviado por Wesller, é possível ver uma longa fila de caminhões. O processo de pesar cada cargueiro por eixo exige certo tempo, o que pode causar acumulo de veículos, como é possível ver no vídeo.
A pesagem por eixo já entrou em discussão outras vezes no passado. Por exemplo, em junho de 2020, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, declarou ser a favor do fim da pesagem por eixo. O ministro já havia se posicionado a favor da pesagem por eixo, porém na ocasião decidiu mudar e apoiar o fim do modelo de pesagem.
Já em janeiro de 2021, Freitas afirmou em uma live com o presidente Jair Bolsonaro que está finalizando a revisão da norma de pesagem para caminhões, com uma nova metodologia.
“Estamos revisando a norma de pesagem, pra ela onerar menos o caminhoneiro, pra gente ter menos multa em função disso e ser mais fácil. Então, acabando com o peso por eixo em veículos até 50 toneladas, aumentando a tolerância nos veículos que vão carregar mais. Em breve, essa norma vai estar publicada”, explica ele. As informações são do UOL.
Fiscalização mais ágil
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) já se posicionou a favor da pesagem em movimento, uma alternativa para que a pesagem seja feita com menos custos e menos tempo.
Em 2019, um novo sistema de pesagem começou a ser testado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), incluindo dois modelos para a fiscalização.
Um deles era a pesagem em movimento, que usa sensores e desobriga o motorista a passar no posto. Outra alternativa era a fiscalização remota, em que o agente fiscal não está presente fisicamente no local. Ambas não consideram o peso total do caminhão e sim o peso por eixo.
Em movimento, a pesagem seria contínua, 24 horas por dia. Não haveria mais balanças fechadas, como acontece hoje.
O repórter Jaime Alves falou sobre o assunto em uma matéria do Pé na Estrada. Relembre:
Se já é possível pesar o caminhão de uma maneira mais ágil e se autoridades da área demonstram que são a favor da medida, o que falta para colocar a pesagem em movimento em prática?
Enquanto isso, muitos estradeiros ainda sofrem com a demora na pesagem, que acarreta em atrasos e prejuízos.
Por Pietra Alcântara