Procurando incentivar a adoção de medidas sustentáveis na logística e no transporte brasileiro, que ao mesmo tempo melhorem sua eficiência, o Programa de Logística Verde Brasil (PLVB) lançou no dia 31 de maio o “Guia de Referência em Sustentabilidade: Boas Práticas para o Transporte de Carga”. O material consolida 22 iniciativas adotadas por empresas membro do PLVB, reunindo as áreas de sustentabilidade e logística dessas empresas, especialistas da UFRJ e outras grandes empresas embarcadoras e transportadoras que atuam no Brasil. O material está disponível para download no portal do LTC.
Dentre as iniciativas do guia estão ações como implantação de centros de consolidação de carga em áreas urbanas, implantação de equipamento auxiliar de geração de energia para redução de consumo de combustível fóssil, redução da velocidade de deslocamento, treinamento de motoristas, otimização das rotas, entre outras práticas que poderão auxiliar em uma significativa redução de custos, além de benefícios econômicos e ambientais.
O PLVB é uma iniciativa pioneira iniciada em 2016 com o objetivo de reunir casos de empresas participantes de diferentes segmentos da indústria, e disseminar conhecimentos e métodos que possibilitem que outras empresas do mercado aprimorem de maneira sustentável a eficiência logística e do transporte de carga no Brasil. O Programa conta com grandes embarcadores como a HP, Coca-Cola Brasil, Dow, Heineken Brasil, Natura, Unilever e mais recentemente, com a operadora logística RLOG, sob a coordenação do Laboratório de Transporte de Carga (LTC) da COPPE/UFRJ.
Segundo Márcio D’Agosto, coordenador do PLVB e professor do Programa de Engenharia de Transporte da COPPE/UFRJ, o Guia é uma ótima oportunidade para melhorar o desempenho ambiental do país, sobretudo no que diz respeito às emissões de gases de efeito estufa. “Um exemplo é o treinamento de motoristas, que tem o potencial de reduzir os custos operacionais por meio da redução do consumo de energia e acarretar na redução de emissão de gases de efeito estufa, em particular o dióxido de carbono. Dependendo das condições de aplicação, é possível obter uma redução média de consumo de combustível de até 7%”, afirma.
De acordo com a professora do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CETEF/RJ) e coordenadora do PLVB, Cintia Oliveira, com as práticas presentes no Guia, a logística brasileira irá se beneficiar em diversos pontos, tais como na redução de custos operacionais, do consumo de energia, do número de acidentes, da emissão de gases de efeito estufa, do consumo de recursos naturais, além de proporcionar uma melhoria do nível de serviço. “No mundo, a logística representa de 7% a 8% do PIB, no Brasil chega a 12%, então o ideal é que o país consiga modernizar e melhorar seu sistema de logístico para que este percentual caia. Além disso, a logística brasileira consome 19% de energia, em sua maior parte de derivados de petróleo, uma fonte de energia não renovável e poluente, uma questão que pode ser minimizada por meio da atuação do PLVB”, finaliza.
O reconhecimento internacional: Smart Freight Centre
Projetos que visem a sustentabilidade das atividades logísticas, sobretudo do transporte de carga já existem em outros países. A ideia do PLVB chegou ao Brasil por meio do Smart Freight Centre (SFC), uma organização européia sem fins lucrativos que mobiliza diferentes setores e empresas sobre o tema de transporte e logística com enfoque ambiental no mundo, e que promoveu uma oficina de trabalho sobre o frete verde, no qual empresas de diferentes setores participaram em 2014 e 2015.
Desde então, as empresas interessadas se uniram para desenvolver um programa de logística verde no Brasil. Em 2017, o Smart Freight Centre reconheceu o PLVB como um programa de logística verde em desenvolvimento e tem apoiado essa inciativa, ajudando a estruturar o PLVB nos moldes dos outros programas de logística verde de sucesso que já existem no mundo, como o Lean & Green e Green Freight Asia.
Adaptado de Assessoria HP e RG Log