Com boa parte da população sendo orientada a permanecer em casa para conter o número de casos de contaminação do coronavírus, o governo prevê aumento na demanda de suprimentos. Por isso, governos federais e estaduais estão discutindo alterar a Lei do Descanso e aumentar a carga horária de caminhoneiros para garantir abastecimento das cidades. As informações são do Estadão.
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A ideia é que o setor de transporte rodoviário de carga intensifique as atividades, assim como já está sendo feito nos Estados Unidos. Para isso, pensam em flexibilizar a jornada dos caminhoneiros, aumentando o tempo que eles ficam no volante.
A Lei do Descanso hoje determina que o caminhoneiro faça paradas de 30 minutos a cada quatro horas ao volante. Além disso, o motorista profissional deve parar por uma hora durante essa jornada para a refeição.
A Lei do Caminhoneiro dá direito a 11 horas de descanso para o estradeiro, que podem ser divididas em 9 horas mais 2 horas.
Os defensores da mudança argumentam que aumentar a jornada vai garantir abastecimento e entrega de suprimentos e equipamentos médicos. Inclusive os relacionados ao diagnóstico, exames e tratamento contra o novo coronavírus.
Nos Estados Unidos
Medida semelhante já foi adotada nos Estados Unidos, com uma flexibilização que valerá até dia 12 de abril ou até que haja redução no curto do vírus. Pelas regras do país, os caminhoneiros podem dirigir por, no máximo, 11 horas em qualquer período do dia.
Essa jornada costuma ser de oito horas de trabalho e três de descanso. Como esse tempo pode pode ser fracionado em etapas, com intervalos de ao menos 30 minutos para descanso, o total chega a 14 horas.
Agora, caminhoneiros que fazem entregas de equipamentos de saúde e suprimentos poderão trabalhar direto, sem paradas. A condição é que os profissionais descansem por pelo menos dez horas consecutivas após realizarem as entregas.
Carretas podem virar depósito
Para João Jorge Couto da Silva, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), que falou ao Gauchazh, o que pode acontecer no futuro é o estoque de mercadorias nos terminais, já que estabelecimentos poderão diminuir as vendas. Isso também serve para os caminhões: carretas podem virar depósito caso não haja demanda do comércio.
Para Silva, o transporte de mercadorias, em especial produtos alimentícios e de higiene, fundamentais para a população, não sofrerá alterações pelo menos nesta semana.
Por Pietra Alcântara
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