quinta-feira, novembro 21, 2024

Preço do pneu importado pode subir até 25%

MercadoPreço do pneu importado pode subir até 25%

O aumento do Imposto de Importação incidente sobre pneus, de 16% para 35%, conforme solicitado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) pode elevar o preço final em 25% para os modelos de caminhões e ônibus. 

Preço do pneu importado pode subir até 25%

Os cálculos são da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip). 

Para a Associação é perceptível que o aumento da alíquota de importação de pneus tem o único objetivo de favorecer o segmento de fabricantes nacionais, que é bastante concentrado quanto ao número de participantes, com apenas 11 marcas, detendo a maior fatia do mercado (63,06%).

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Contudo, para as 180 empresas importadoras com atuação sistemática, que têm fatia de 36,94%, tal medida seria capaz até mesmo de inviabilizar sua operação no mercado brasileiro.

Importação desleal ameaça empregos, investimentos e meio ambiente, alerta ANIP

Já a ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) está buscando medidas emergenciais para conter o surto de importação desleal de pneus da China e de outros países da Ásia no mercado brasileiro.

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Dados da entidade, levantados com base nas informações de importação da Receita Federal, mostram que 50% dos pneus importados da Ásia entram no país com preços inferiores ao das matérias-primas usadas no produto e 100% das importações estão abaixo do custo de produção industrial.

“Essa concorrência desleal está ameaçando empregos, coloca investimentos futuros em risco e traz desorganização da cadeia produtiva, afetando também produtores de borracha, de têxteis, de produtos químicos e de aço, insumos usados largamente na produção de pneus”, diz Klaus Curt Müller, presidente da ANIP.

Crescimento dos pneus importados no Brasil

A entrada indiscriminada de pneus importados está afetando duramente a indústria instalada no país. De 2017 para 2023 as vendas de pneus da indústria nacional, para passeio e carga, caíram 18%, enquanto as importações cresceram 117%.

“Este avanço se deu por conta dos preços desleais. Enquanto grandes mercados como EUA, Europa e México ergueram barreiras para proteger suas indústrias, o Brasil virou ponto de desova do produto vindo especialmente de países asiáticos”, diz Curt.

O presidente da ANIP enfatiza que a entidade e os fabricantes não são contra as importações. “O que queremos é garantir condições isonômicas de competição e medidas para corrigir a concorrência desleal que se instalou no comércio internacional de pneus com o Brasil”.

Reciclagem de pneus também é impactada

A concorrência desleal dos pneus asiáticos também está causando danos ambientais no Brasil. Os fabricantes nacionais há anos cumprem as metas de recolhimento de pneus inservíveis no mercado doméstico. Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) mostram que os fabricantes nacionais têm um saldo acumulado de 127 mil toneladas de pneus recolhidos para reciclagem.

Os importadores, por sua vez, têm um passivo ambiental de 419 mil toneladas de pneus não recolhidos. “Este dado é preocupante para o país. Enquanto a indústria nacional está comprometida com destinação correta do resíduo que gera, vemos empresas caminhando em outra direção”, finaliza Curt Müller.

Por Rodrigo Samy, com informações da Anip

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.

3 COMENTÁRIOS

  1. Bom dia .
    Temos que valorizar mais as empresas Brasileiras, parar de baratiar os importados ,
    e dar isenção fiscal pras empresas daqui.

  2. Concordo que tem os de valorizar as empresas Brasileiras, mas essas mesmas empresas Brasileiras criam Monopolios e em reboque controlam os preços dos produtos obrigando os usuários consumidores a pagarem preços e valores exorbitantes, agravado por politica fiscal lesiva à boa produção.

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