Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 2.726 boletins de ocorrência envolvendo carga, no Estado de São Paulo, sendo 87% roubos, 11% furtos e 2% receptação, uma média de 11 crimes por dia.
Os dados são do Boletim Tracker-Fecap, que mostra a evolução do roubo e furto de cargas no Estado, entre janeiro de 2022 e agosto de 2025.
SP tem uma ocorrência a cada cinco horas
Olhando para o segundo semestre de 2025, houve um salto de 39,4%, em agosto de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado, no Estado de São Paulo. Foram 145 eventos, um a cada cinco horas. Já os furtos tiveram uma redução de 41,6%, totalizando 45 boletins de ocorrência. Veja na tabela a seguir os locais considerados mais vulneráveis.
|
10 Logradouros mais perigosos do Estado de São Paulo
Conforme o estudo, há uma predominância de rodovias entre os logradouros mais afetados. A Rodovia Fernão Dias, que conecta a capital paulista ao sul de Minas Gerais, aparece em três posições distintas, em Guarulhos, São Paulo e Mairiporã, evidenciando importância estratégica e vulnerabilidade.
|
Os eventos ocorrem, majoritariamente, nas vias públicas (74,6%), seguido de rodovias e estradas (9,9%), o que indica que os crimes acontecem principalmente durante o deslocamento das cargas e não em pontos fixos, o que exige uma resposta rápida e integração entre tecnologia de rastreamento e forças policiais. Os locais de comércio e serviços também têm relevância (8,9%), indicando que parte dos crimes ocorre durante operações de carga e descarga.
Caminhões mais visados de 2025
Entre janeiro e agosto de 2025, os modelos Volvo FH e Scania Série R, geralmente usados em transporte de longa distância e operações logísticas de alto valor, concentraram o maior número de ocorrências de roubo e furto.
|
Qual a carga preferida?
As cargas de alimentos lideram o ranking das mercadorias mais visadas pelos criminosos, com 31,58% de todos os registros. Esse número indica que bens essenciais e de giro rápido — facilmente escoados no mercado informal — permanecem como o principal alvo das quadrilhas.
As cargas mistas (9,35%) ocupam a terceira posição, após ‘outros tipos’ – ou sem categoria específica.
Entre os produtos específicos, destacam-se os cigarros e fumo (7,74%) e as bebidas (5,36%), ambos tradicionalmente associados à alta demanda no comércio informal. Esses números reforçam a percepção de que criminosos priorizam mercadorias de consumo rápido, alta circulação e baixa rastreabilidade.
Eletrônicos e autopeças estão em alta
Itens mais especializados, como eletroeletrônicos (3,19%), autopeças (2,53%) e farmacêuticos (2,20%), aparecem em percentuais menores, mas não devem ser subestimados. Apesar de ser menos frequentes, esses produtos possuem maior valor agregado por unidade, podendo gerar prejuízos expressivos às empresas vítimas.
Já as áreas têxteis, de madeira/móveis e de produtos químicos (1,54%) apresentam ocorrência reduzida, possivelmente devido a características logísticas (menor transporte urbano, maior especialização) ou menor liquidez no mercado paralelo.
Cargas mais Roubadas
|
Há uma maior incidência de eventos em cargas de menor valor unitário, embora com grande volume agregado.
Ou seja, aproximadamente 37,6% das ocorrências envolvem montantes de até R$ 20 mil. Por outro lado, também há registros relevantes de mercadorias com valores expressivos (entre R$ 200 mil e R$ 800 mil).
Veja, por exemplo: Roubo de cargas: O que fazer e os cuidados a serem tomados

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.