sexta-feira, dezembro 5, 2025

São Paulo tem diariamente 11 roubos ou furtos de cargas

RecadosSão Paulo tem diariamente 11 roubos ou furtos de cargas

Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 2.726 boletins de ocorrência envolvendo carga, no Estado de São Paulo, sendo 87% roubos, 11% furtos e 2% receptação, uma média de 11 crimes por dia.

Os dados são do Boletim Tracker-Fecap, que mostra a evolução do roubo e furto de cargas no Estado, entre janeiro de 2022 e agosto de 2025.

SP tem uma ocorrência a cada cinco horas 

Olhando para o segundo semestre de 2025, houve um salto de 39,4%, em agosto de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado, no Estado de São Paulo. Foram 145 eventos, um a cada cinco horas. Já os furtos tiveram uma redução de 41,6%, totalizando 45 boletins de ocorrência. Veja na tabela a seguir os locais considerados mais vulneráveis.

Cidade

Bairro

Ocorrências

São Paulo

São Mateus

18

 

Jaçanã

17

 

Parque Edu Chaves

12

Guarulhos

Cumbica

26

 

Vila Flora

17

 

Taboão

5

Itapecerica da Serra

Potuvera

13

 

Parque Paraíso

3

 

Embu Mirim

2

Itatiba

Sítio da Moenda

4

 

Ponte Nova

2

 

Recanto Costa Verde

2

São Bernardo do Campo

Batistini

7

 

Alto da Serra

3

 

Assunção

3

 

10 Logradouros mais perigosos do Estado de São Paulo

Conforme o estudo, há uma predominância de rodovias entre os logradouros mais afetados. A Rodovia Fernão Dias, que conecta a capital paulista ao sul de Minas Gerais, aparece em três posições distintas, em Guarulhos, São Paulo e Mairiporã, evidenciando importância estratégica e vulnerabilidade.

 

Posição

Cidade

Logradouro

Ocorrências

1

Guarulhos

Rodovia Fernão Dias

20

2

São Paulo

Rodovia Fernão Dias

17

3

Itapecerica da Serra

Rodovia Régis Bittencourt

11

4

São Paulo

Retorno Rodovia Fernão Dias

10

5

Araras

Rodovia Anhanguera

9

6

Itatiba

Rodovia Dom Pedro I

8

7

São Paulo

Rua Lua

8

8

Mairiporã

Rodovia Fernão Dias

8

9

Jundiaí

Rodovia dos Bandeirantes

7

10

Limeira

Avenida Rodovia Anhanguera

6

 

Os eventos ocorrem, majoritariamente, nas vias públicas (74,6%), seguido de rodovias e estradas (9,9%), o que indica que os crimes acontecem principalmente durante o deslocamento das cargas e não em pontos fixos, o que exige uma resposta rápida e integração entre tecnologia de rastreamento e forças policiais. Os locais de comércio e serviços também têm relevância (8,9%), indicando que parte dos crimes ocorre durante operações de carga e descarga.

Caminhões mais visados de 2025

Entre janeiro e agosto de 2025, os modelos Volvo FH e Scania Série R, geralmente usados em transporte de longa distância e operações logísticas de alto valor, concentraram o maior número de ocorrências de roubo e furto. 

Posição

Marca e Modelo

Tipo de Veículo

Ocorrências

1

VOLVO/FH 540 6X4T

Caminhão

75

2

SCANIA/R450 A6X2

Caminhão

61

3

VOLVO/FH 460 6X2T

Caminhão

55

4

VW/24.280 CRM 6X2

Caminhão

34

5

VW/24.250 CNC 6X2

Caminhão

28

6

VOLVO/FH 500 6X2T

Caminhão trator

22

7

M.BENZ 416 SPRINTER

Caminhão

21

8

SCANIA/R540 A 6X4

Caminhão trator

21

9

FORD/FORD F 4000

Caminhão

20

10

M.B./M.BENZ L 1113

Caminhão

16

 

Qual a carga preferida?  

As cargas de alimentos lideram o ranking das mercadorias mais visadas pelos criminosos, com 31,58% de todos os registros. Esse número indica que bens essenciais e de giro rápido — facilmente escoados no mercado informal — permanecem como o principal alvo das quadrilhas.

As cargas mistas (9,35%) ocupam a terceira posição, após ‘outros tipos’ – ou sem categoria específica. 

Entre os produtos específicos, destacam-se os cigarros e fumo (7,74%) e as bebidas (5,36%), ambos tradicionalmente associados à alta demanda no comércio informal. Esses números reforçam a percepção de que criminosos priorizam mercadorias de consumo rápido, alta circulação e baixa rastreabilidade.

Eletrônicos e autopeças estão em alta

Itens mais especializados, como eletroeletrônicos (3,19%), autopeças (2,53%) e farmacêuticos (2,20%), aparecem em percentuais menores, mas não devem ser subestimados. Apesar de ser menos frequentes, esses produtos possuem maior valor agregado por unidade, podendo gerar prejuízos expressivos às empresas vítimas.

Já as áreas têxteis, de madeira/móveis e de produtos químicos (1,54%) apresentam ocorrência reduzida, possivelmente devido a características logísticas (menor transporte urbano, maior especialização) ou menor liquidez no mercado paralelo.

Cargas mais Roubadas

Grupo

Quantidade (QTDE)

Percentual (QTDE %)

Alimentos

861

31,58%

Outros tipos

641

23,51%

Carga mista

255

9,35%

Cigarros/fumo

211

7,74%

Bebidas

146

5,36%

Eletroeletrônicos

87

3,19%

Metalúrgicos

76

2,79%

Autopeças

69

2,53%

Madeira/móveis

61

2,24%

Farmacêuticos

60

2,20%

Têxteis

57

2,09%

Químicos

42

1,54%

Total

2726

100,00%

 

Há uma maior incidência de eventos em cargas de menor valor unitário, embora com grande volume agregado.

Ou seja, aproximadamente 37,6% das ocorrências envolvem montantes de até R$ 20 mil. Por outro lado, também há registros relevantes de mercadorias com valores expressivos (entre R$ 200 mil e R$ 800 mil).

Veja, por exemplo: Roubo de cargas: O que fazer e os cuidados a serem tomados

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.

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