Quem roda diariamente pelas estradas sabe: grande parte das rodovias do Brasil são conhecidas por sua má qualidade. Já que a manutenção das estradas não é função do motorista, o que fazer para promover a segurança em estradas ruins?
Ouça o podcast: Segurança em rodovias de pista simples
Na Semana Nacional do Trânsito, que vai até o dia 25 de setembro, teremos essa e outras matérias sobre o assunto.
Um problema brasileiro
Buracos, ondulações, fissuras, trincas: esses defeitos são encontrados em mais da metade das estradas pavimentadas brasileiras, segundo dados da CNT.
A Pesquisa CNT de Rodovias de 2018 identificou que 57% das rodovias analisadas apresentam algum tipo de problema no estado geral. Em 2017, esse percentual era de 61,8%.
O estudo da CNT e do SEST SENAT abrange toda a extensão da malha pavimentada federal e as principais rodovias estaduais pavimentadas.
Em relação ao pavimento, 50,9% dos trechos avaliados receberam classificação regular, ruim ou péssima. Na sinalização, 44,7% da extensão das rodovias apresentaram algum tipo de deficiência. Quando o aspecto é a geometria da via, 75,7% da extensão das rodovias brasileiras foram classificadas com regular, ruim ou péssima.
De 2017 para 2018, o número de pontos críticos subiu de 363 para 454, um aumento de 25,1%. Toda situação ao longo da via que pode trazer graves riscos à segurança dos usuários é considerado um ponto crítico.
O que o motorista pode fazer
Como motorista ou profissional do transporte, sua segurança e seu sustento dependem diretamente da qualidade das rodovias – que abrange pavimento, sinalização e policiamento.
Existem algumas atitudes que podem ajudar o motorista que depende de rodovias de má qualidade:
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Direção segura
É direito do motorista exigir melhorias nas estradas. Mas para isso, ele também precisa fazer sua parte. Isso inclui obedecer as leis de trânsito – que vão desde a categoria correta para dirigir cada tipo de veículo, dispositivos de segurança para determinado tipo de carreta, até obedecer a sinalização.
Se você percebeu que o pavimento do trecho é muito liso, evite acelerar. Não faça ultrapassagens perigosas e esteja sempre atento aos veículos menores.
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Evitar excesso de peso
Luciano Garcia, gerente de serviços e assistência técnica da MAN América Latina, explica que o excesso de peso afeta a vida útil do veículo como um todo e aumenta os custos de manutenção.
Ele explica que a prática também traz riscos à própria segurança do veículo em situações de frenagem ou mudança de direção bruscas, além do impacto no consumo de combustível e desgaste excessivo ou irregular de pneus.
Além de tudo isso, carregar além do permitido prejudica as estradas provocando a degradação prematura das vias, causando ruptura da estrutura e o surgimento de buracos e fissuras.
Assim, vira um ciclo vicioso: caminhão com excesso de peso destrói o pavimento, pavimento esburacado destrói o caminhão. Todos saem perdendo.
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Boca no trombone
Se você é um motorista exemplar e cumpre todos os seus deveres, é hora de cobrar as autoridades. Por onde começar? Tudo depende do trecho que precisa de melhorias.
É um trecho concessionado? Entre em contato com a empresa. Geralmente, o próprio website das concessionárias tem um espaço para enviar reclamações e comentários.
É um trecho municipal? Você pode procurar a Secretaria de Transportes do município.
É um trecho estadual? Procure Departamento de Estradas de Rodagem, ou DER do seu estado para fazer uma reclamação. Cada estado também tem um órgão regulador
É um trecho federal? Procure o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT. Pedro Trucão falou sobre esse assunto lá no youtube, clique aqui para assistir.
Por Pietra Alcântara
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