quinta-feira, novembro 21, 2024

Taxa de caminhoneiros com ensino superior aumenta

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Caminhoneiros costumam ter longas jornadas de trabalho, percorrendo grandes distâncias, o que faz com que eles fiquem longe de casa e da família. A jornada também impede que motoristas tenham um grau de escolaridade maior e, assim, aumente o número de caminhoneiros com ensino superior. Mas um levantamento da Rota do Oeste mostra que isso está mudando.

Justamente pelas longas jornadas de trabalho da categoria, a escolaridade dos caminhoneiros continua baixa. No último levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre o assunto, a taxa de escolaridade superior dos motoristas era de 1,2%.

A maior incidência foi de caminhoneiros com o ensino médio completo, com 31,3%, seguido do ensino fundamental incompleto, com 20,5%, e completo, com 18,5%. A menor taxa foi de motoristas com pós-graduação completa: 0,2%.

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Segundo dados colhidos pela concessionária, a taxa de caminhoneiros com formação superior que percorrem a BR 163 subiu de 2% para 5% no último ano. A busca por qualificação profissional e melhoria das condições de trabalho aliada à modernização dos veículos são alguns dos fatores que têm levado os motoristas ao estudo.

Segundo o levantamento, em 2016, o número de motoristas com ensino superior era de 2%. Em 2017, esta taxa foi para 5%, chegando a 5,3% este ano. Os dados foram coletados durante o projeto “Parada Legal”, realizado pela empresa em cidades mato-grossenses ao longo dos 850,9 km da BR 163 sob concessão.

Veja também: Caminhoneiro autônomo é maioria? Dados sobre o transporte.

 

Ser caminhoneiro e universitário

Trabalhando como caminhoneira há três anos, Lúcia Andréa da Cruz concilia a vida na estrada com o quarto semestre do curso de Serviço Social, além de exercer a função de conselheira tutelar em Nobres (MT). Ela conta que começou a faculdade à distância para ter uma segunda opção de trabalho. 

“É sempre bom ter um curso superior e mesmo sendo difícil, quando você quer, arruma tempo. Eu tenho gostado do trabalho como caminhoneira, mas sei que se acontecer alguma coisa, posso atuar em outra área, por exemplo”, acrescenta Lúcia.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores de Mato Grosso, Olmir Justino Fêo, o aumento no nível de escolaridade de caminhoneiros é algo que deve ser ainda mais estimulado. Segundo ele, com profissionais bem qualificados, as chances no mercado de trabalho tendem a ser melhores para os motoristas.

 

Gosto pelo estudo

“Hoje em dia para um motorista dirigir um caminhão, não basta mais só pegar o volante. Tem que saber mexer com GPS, computador de bordo, comandos e aparelhos que necessitam de um mínimo de leitura. A partir daí, para ele se interessar por alguma área da mecânica ou engenharia é fácil. Muitos acabam pegando gosto pelo estudo”, afirma.

O “gosto pelo estudo” é confirmado pelo levantamento da Rota do Oeste. Enquanto a taxa de escolaridade fundamental manteve-se entre 52% e 53% no último ano, o nível de motoristas com ensino médio saiu dos 42% para 34,5%, acompanhando o crescimento da escolaridade superior.

A diretora da empresa de recrutamento e seleção RH Brasil em Mato Grosso, Viviene Scarazzati, diz que dois cenários podem ser levados em consideração na questão da escolaridade de caminhoneiros. A primeira são os profissionais com formação superior que acabam entrando no setor operacional e a segunda, são os motoristas que buscam melhor capacitação.

“Tem sido cada vez mais difícil selecionar profissionais capacitados, seja qual for a área. Porém, ao mesmo tempo, o acesso à educação superior, com faculdades à distância, cursos técnicos, etc, também têm facilitado a vida daqueles que querem uma formação. Quem tem interesse e boa vontade consegue uma colocação melhor na área ou até um emprego em outro setor”, disse.

Além dos cursos superiores, estradeiros podem se aperfeiçoar com outros tipos de cursos, como citado. Eles podem ser à distância ou presenciais. Seja qual for sua profissão, adquirir conhecimento nunca é demais. Para os caminhoneiros, inclusive, existem também cursos obrigatórios para carregar determinadas cargas. Você sabe quais são eles? Clique aqui para saber mais.

Veja também: Caminhoneiros agora podem fazer reciclagem preventiva com 14 pontos.

 

Adaptado de Rota do Oeste

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