Em meio a aumento de juros e perspectiva positiva do PIB, o mercado de caminhões segue em tendência de alta. Entretanto, mesmo com vendas caminhões e comerciais leves crescendo, o mercado segue preocupado com a falta de semicondutores. Veja os dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Segmentos que mais crescem
Todos os tipos de veículos automotores apresentaram crescimento nos sete primeiros meses de 2021 quando comparados ao mesmo período de 2020. Entretanto, o destaque ficou para comerciais leves e caminhões, que cresceram 54,6 e 49,2% respectivamente.
Dentro do mercado de caminhões, todas as faixas de potência cooperaram para o crescimento.
Já ao compararmos o mês de julho deste ano e do ano passado, vemos retração no mercado de ônibus e automóveis. Ônibus ainda sofre pela queda da demanda gerada pela pandemia do coronavírus. Os demais segmentos sofrem uma escassez de produto gerada pela falta de semicondutores, problema que também afeta o mercado de caminhões, embora ele continue crescendo.
Níveis de produção e estoque
Semicondutores são peças que chegam a custar centavos, mas sem elas, um veículo não consegue fazer a comunicação entre suas partes elétricas, por isso, a falta de peças tão baratas pode custar a venda de um veículo inteiro.
A escassez dessas peças é mundial, gerada pelo fechamento das fábricas asiáticas durante a pandemia de covid-19. A normalidade do recebimento desses componentes só deve ser alcançada em meados do ano que vem. Até lá, muitas montadoras seguem reduzindo turnos e baixando produção, não por falta de demanda, mas pela impossibilidade de se montar um veículo sem semicondutores.
Por conta dessa diminuição da produção, os níveis de estoques são os menores em duas décadas.
No mercado de caminhões, diversos transportadores devem receber seus veículos comprados agora só no ano que vem.
Preço
A falta de produtos novos no mercado fez o preço dos seminovos e usados disparar. Já o preço dos veículos 0km cresceu em menor escala, embora, além dos semicondutores, diversos outros insumos tiveram aumento expressivo de seus valores de comercialização, como é o caso de resinas e plástico.
O novo aumento da taxa Selic, anunciado semana passada pelo Banco Central, deve aumentar os juros do financiamento, o que pode frear um pouco da demanda nos próximos meses. Os juros que eram de 2% no começo do ano e estavam em 4,25% até semana passada agora marcam 5,25%.
Por Paula Toco
Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.
Boa tarde,segue em falta porque as empresas n dão oportunidade pra os que querem começar no ramo.