A Diretoria Executiva da Petrobras aprovou mudanças na política de preços do diesel. A partir de agora, os preços ao consumidor final serão reajustados por períodos não inferiores a 15 dias. Ou seja, se o preço do diesel mudar hoje, ele só poderá ser ajustado novamente daqui 15 dias.
Mudança na política de preços
A companhia afirma que “continuará a utilizar mecanismos de proteção, como o hedge com o emprego de derivativos, cujo objetivo é preservar a rentabilidade de suas operações de refino” e também “manterá a observância de preços de paridade internacional (PPI), abstendo-se, portanto, de práticas que poderiam caracterizar o exercício de poder de monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do Brasil”. Isso quer dizer que os valores internacionais do petróleo e do dólar continuarão a influenciar o preço do diesel. A Petrobras não voltará a fazer subsídio como acontecia antigamente, porém o transportador terá mais estabilidade para construir o preço do frete.
No comunicado oficial, a estatal ainda destaca que os preços do diesel nas refinarias correspondem a cerca de 54% dos preços ao consumidor final, ou seja, é possível que haja mudanças de valores no restante da cadeia que acabem afetando o preço na bomba mesmo antes dos 15 dias.
Greve iminente
O preço do combustível é uma das maiores preocupações de caminhoneiros autônomos e transportadoras, já que às vezes responde por mais da metade dos custos de um caminhão. Com a mudança na política de preços do diesel da Petrobrás em 2017, a variação praticamente diária do valor do combustível dificultou o planejamento de viagens longas, a precificação do frete e ameaçou a sobrevivência de parte do setor. Em decorrência disso eclodiram as paralisações de maio de 2018.
Como consequência das paralisações, a categoria conseguiu um congelamento do preço do diesel até o final de 2018 e a implementação de uma tabela de piso mínimo de fretes. As medidas acalmaram os ânimos e os caminhoneiros relataram uma melhora nas condições de trabalho. Porém, com o fim do subsídio federal ao diesel e a mudança de governo, os caminhoneiros começaram a ver o diesel subir e o frete descer novamente.
Com a situação muito parecida com a do início de 2018, caminhoneiros voltaram a falar em greves e paralisações. Uma mobilização está marcada para o próximo dia 30. A mudança na política de preços do diesel pode ser uma tentativa do governo de atender à categoria antes que novos protestos aconteçam.
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Preço do diesel em outros países e Cartão Caminhoneiro
A Petrobras ressalta que, embora o custo do diesel seja alto no Brasil, ele não está entre os mais caros do mundo “Sobre este aspecto, vale notar que pesquisa abrangendo 163 países – vide Globalpetrolprices.com – revela que o preço do diesel ao consumidor final no Brasil é 18% inferior à média global e ocupa a 57º posição, sendo, portanto, inferior aos preços observados em 106 países.”
Ainda assim, para aumentar a estabilidade dos preços, a Petrobras está desenvolvendo uma espécie de cartão pré-pago para que caminhoneiros se protejam da variação no preço do diesel. “A Petrobras informa que sua subsidiária Petrobras Distribuidora S.A. (BR) está desenvolvendo para implantação num período estimado em 90 (noventa) dias cartão de pagamentos que viabilizará a compra por caminhoneiros de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR (Cartão Caminhoneiro). O Cartão Caminhoneiro servirá como uma opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo assim a estabilidade durante a realização de viagens.”
A empresa pretende dar mais informações sobre as mudanças na próxima semana.
Por Paula Toco
Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.
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