terça-feira, abril 23, 2024

Petrobras anuncia mudanças na política de preços do diesel

A Diretoria Executiva da Petrobras aprovou mudanças na política de preços do diesel. A partir de agora, os preços ao consumidor final serão reajustados por períodos não inferiores a 15 dias. Ou seja, se o preço do diesel mudar hoje, ele só poderá ser ajustado novamente daqui 15 dias.

Mudança na política de preços

A companhia afirma que “continuará a utilizar mecanismos de proteção, como o hedge com o emprego de derivativos, cujo objetivo é preservar a rentabilidade de suas operações de refino” e também “manterá a observância de preços de paridade internacional (PPI), abstendo-se, portanto, de práticas que poderiam caracterizar o exercício de poder de monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do Brasil”. Isso quer dizer que os valores internacionais do petróleo e do dólar continuarão a influenciar o preço do diesel. A Petrobras não voltará a fazer subsídio como acontecia antigamente, porém o transportador terá mais estabilidade para construir o preço do frete.

No comunicado oficial, a estatal ainda destaca que os preços do diesel nas refinarias correspondem a cerca de 54% dos preços ao consumidor final, ou seja, é possível que haja mudanças de valores no restante da cadeia que acabem afetando o preço na bomba mesmo antes dos 15 dias.

Greve iminente

novo acordo com autônomos
A paralisação de 2018 já buscava mudanças na política de preços do diesel

O preço do combustível é uma das maiores preocupações de caminhoneiros autônomos e transportadoras, já que às vezes responde por mais da metade dos custos de um caminhão. Com a mudança na política de preços do diesel da Petrobrás em 2017, a variação praticamente diária do valor do combustível dificultou o planejamento de viagens longas, a precificação do frete e ameaçou a sobrevivência de parte do setor. Em decorrência disso eclodiram as paralisações de maio de 2018.

Como consequência das paralisações, a categoria conseguiu um congelamento do preço do diesel até o final de 2018 e a implementação de uma tabela de piso mínimo de fretes. As medidas acalmaram os ânimos e os caminhoneiros relataram uma melhora nas condições de trabalho. Porém, com o fim do subsídio federal ao diesel e a mudança de governo, os caminhoneiros começaram a ver o diesel subir e o frete descer novamente.

Com a situação muito parecida com a do início de 2018, caminhoneiros voltaram a falar em greves e paralisações. Uma mobilização está marcada para o próximo dia 30. A mudança na política de preços do diesel pode ser uma tentativa do governo de atender à categoria antes que novos protestos aconteçam.

Veja também: Gleise Hoffmann twitta sobre greve dos caminhoneiros: Fake!

Preço do diesel em outros países e Cartão Caminhoneiro

Empresa cria também cartão pré pago para aumentar estabilidade no preço do diesel
Empresa cria também cartão pré pago para aumentar estabilidade no preço do diesel

Imagem: Agência Petrobras / Stéferson Faria

A Petrobras ressalta que, embora o custo do diesel seja alto no Brasil, ele não está entre os mais caros do mundo “Sobre este aspecto, vale notar que pesquisa abrangendo 163 países – vide Globalpetrolprices.com – revela que o preço do diesel ao consumidor final no Brasil é 18% inferior à média global e ocupa a 57º posição, sendo, portanto, inferior aos preços observados em 106 países.”

Ainda assim, para aumentar a estabilidade dos preços, a Petrobras está desenvolvendo uma espécie de cartão pré-pago para que caminhoneiros se protejam da variação no preço do diesel. “A Petrobras informa que sua subsidiária Petrobras Distribuidora S.A. (BR) está desenvolvendo para implantação num período estimado em 90 (noventa) dias cartão de pagamentos que viabilizará a compra por caminhoneiros de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR (Cartão Caminhoneiro).  O Cartão Caminhoneiro servirá como uma opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo assim a estabilidade durante a realização de viagens.”

A empresa pretende dar mais informações sobre as mudanças na próxima semana.

Por Paula Toco

 

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