A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou hoje dados do mercado no último mês. As informações mostram que houve melhora nas vendas de veículos em relação a abril. Para automóveis (ou veículos leves) as previsões não são boas, mas a Anfavea acredita que a queda nas vendas de caminhões será menor.
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Geral
Apesar do aumento nas vendas de veículos em geral em maio, os números ainda preocupam especialistas, considerando que abril foi um mês de paralisação quase completa das fábricas e das concessionárias por todo o país.
A Anfavea também divulgou novas perspectivas para vendas de veículos em 2020, com uma queda de 40% para o conjunto dos autoveículos novos, composto por automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o total de licenciamentos em 2020 considerando veículos leves, médios e pesados, será de 1,675 milhão unidades. Para se ter uma ideia, no ano passado, foram licenciados 2,788 milhões de veículos.
“A queda impressiona, e é ainda mais grave na comparação com o resultado de 3,050 milhões que havíamos projetado no início do ano, configurando um tombo de 45%”, explica Moraes.
A Anfavea espera que as vendas de automóveis sejam as mais prejudicadas pela crise econômica originada pela pandemia do coronavírus. Já para os caminhões, a associação prevê uma queda menor, por conta de alguns setores que estão demandando maior nível de transporte, principalmente o agronegócio.
Segundo Moraes, ainda não é possível projetar com maior precisão a queda na produção, pois ela também depende do cenário das exportações, que continua nebuloso. O mesmo vale para o setor de máquinas agrícolas, até agora o menos impactado pela crise.
Caminhões
Em abril, foram 4 mil caminhões vendidos. Já em maio, foram 4,8 mil unidades vendidas, o que representa aumento de 21,9% de um mês para o outro. A explicação para o aumento é que abril foi um mês em que montadoras ficaram fechadas a maior parte do tempo e em maio foram retomando suas atividades aos poucos. Mas ainda é cedo para classificar o aumento como positivo.
Quando comparamos os resultados de maio com o mesmo período do ano passado, a diferença é de -47,2%.
No acumulado, houve diminuição de 26,1% nas vendas em relação aos primeiros cinco meses de 2019, que totalizaram 39,1 mil unidades vendidas. Em 2020, foram 28,9 mil caminhões vendidos no mesmo período. A porcentagem de queda nas vendas no acumulado aumenta a cada mês.
Sobre as exportações de caminhões, foram 636 em maio deste ano e 217 em abril, o que representa crescimento de 193,1%. Em comparação com maio do ano passado, a queda é de 51,9%. No acumulado, houve redução de 27%.
Para o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, o que manteve o volume de vendas foram o agronegócio, a mineração e o transporte de celulose, que continuam com demandas, além das atividades essenciais que necessitam de caminhões, como o transporte de alimentos, bebidas e combustíveis.
Ônibus
Foram 666 unidades de ônibus vendidas em maio deste ano, contra 320 unidades no mês de abril, representando 108,1% de aumento. Em relação ao ano passado, houve queda de 61,1%, já que em maio de 2019 foram 1,7 mil ônibus vendidos.
No acumulado deste ano, foram 4,6 mil unidades vendidas, contra 8,1 mil em 2019, com queda de 42,7%.
Nas exportações, foram 266 unidades de ônibus em maio, contra 70 em abril do mesmo ano. Isso representa aumento de 280%. Em 2019, no mesmo mês foram 551 unidades exportadas, o que representa queda de 51,7%.
Máquinas agrícolas
Em março, as vendas de máquinas agrícolas haviam crescido 10,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em abril, diminuíram 41,8%, com 2,4 mil unidades vendidas. Em maio, foram 3,9 unidades vendidas durante o mesmo mês.
Comparando abril e maio de 2020, há um aumento de 61%. Em comparação com o mês de maio de 2019, a diferença também é positiva: as vendas cresceram 23,3%.
No acumulado, vendas de máquinas agrícolas em 2019 e 2020 são bem parecidas e há uma diferença positiva de 0,9%. Nos primeiros cinco meses de 2019, foram 15,6 mil máquinas vendidas, contra 15,7 mil no mesmo período de 2020.
Sobre as exportações, em maio foram 747 unidades exportadas, contra 477 em abril, o que representa aumento de 56,9%. Quando comparamos com maio de 2019, em que 1,2 mil unidades foram vendidas, há queda de 39,4%.
Especialista no assunto, o vice-presidente Alfredo Miguel diz que a exportação de grãos para a China e outros países da Ásia, além da demanda de proteína animal desses países têm impulsionado o setor de máquinas agrícolas.
Miguel também destacou que houve uma retração significativa dos pequenos produtores agrícolas, que vendem frutas e flores e não tiveram acesso a créditos nos bancos como os grandes produtores.
Para ver a carta da Anfavea na íntegra, clique aqui.
Por Pietra Alcântara
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