A declaração do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, sobre o fim da pesagem por eixo repercutiu bastante no meio dos transportes. O secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello Costa, deu mais detalhes sobre o que isso significa para o caminhoneiro. O governo estuda nova forma de pesagem para caminhões.
“A gente tem recebido uma série de reclamações de várias empresas e caminhoneiros que muitas vezes são multados e tem dificuldade em fazer a correlação entre o peso bruto, que eles pesam nas suas balanças, e o peso por eixo, que é pesado pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e pelas balanças do governo”, explica Costa.
A fala do secretario vai de encontro ao que muitos caminhoneiros relatam. “[Considerar o peso total] seria o correto, até porque cada balança alega uma coisa pesa e um jeito. Tem vez que em uma só viagem, você passa por determinadas balanças, uma da excesso de peso e a outra não”, relata o parceiro Claudio Cavalcante.
Questionado, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp) se posicionou a favor da pesagem por peso bruto total, e alertou sobre a falta de padronização da aferição das balanças.
“Além disso, o excesso de peso por eixo, pode ser causado por uma série de fatores, que fogem do controle dos transportadores, como por exemplo: a movimentação da carga, tanto na carga fracionada quanto na carga a granel, ocorre com muita frequência, desta forma a pesagem por peso bruto total seria mais coerente”, afirma o presidente do Conselho Superior e de Administração do Setcesp, Tayguara Helou.
Solução
A solução encontrada pelo Ministério da Infraestrutura para o problema é a pesagem dinâmica em alta velocidade. “A gente entendeu que era hora de aproveitar a oportunidade de modernização das rodovias e fazer essa mudança definitiva para médio prazo”, afirma Costa.
A pesagem dinâmica em alta velocidade é a pesagem do peso total feita em movimento. Já existem estudos do Dnit e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre o assunto. A pesagem em movimento usa sensores e desobriga o motorista a parar no posto, o que economiza tempo.
A ideia do Ministério da Infraestrutura é aproveitar a licitação de 15 mil km de rodovias federais, que estão em processo de concessão. “Esse investimento deve ser feito nos primeiros anos dessas concessões, é uma oportunidade grande”, concorda o secretário Marcello Costa.
Porém, esse processo leva tempo e não impacta os motoristas imediatamente. Por isso, o ministério está estudando mudar a tolerância na pesagem. “Antes de conseguir instalar as balanças, a gente vai aumentar a tolerância para evitar essas distorções de pesagem”, garante Costa.
Ainda não há um número para este aumento. Segundo o secretário, um estudo técnico está sendo feito com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para chegar a um número mínimo necessário de tolerância para evitar que quem passou no peso bruto da empresa não seja penalizado por causa do peso por eixo.
Ele declara que os planos do ministério é levar a medida ao Conselho Nacional de Trânsito para que a legislação seja modificada. “Estou falando do caminhoneiro que não ultrapassou o limite de 5% do peso bruto”, enfatiza.
“Estamos estudando [também] outras opções. Será que caminhões de pequeno porte precisam passar pela pesagem?”, questiona o secretário.
Preocupações
“Não vai ter alteração dos contratos”, afirma Marcello Costa em relação a preocupação de entidades como a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) sobre a mudança na fiscalização do excesso de peso.
A ABCR já se posicionou contra a pesagem por eixo total, afirmando que “não há como se obter o peso bruto total (PBT) do caminhão ou composição do veículo de carga (CVC) com rapidez e eficiência a não ser pesando cada eixo para se obter o peso total”.
Entretanto, a ABCR também declarou em nota que defende a pesagem em movimento, uma alternativa para que a pesagem seja feita com menos custos e menos tempo.
Por Pietra Alcântara
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Os órgãos publicos precisam sair do marasmo e se modernizarem. No caso da BR 319, essa rodovia foi construída numa época que não existiam essas exigencias. Após pronta, o Estado negligenciou na manutenção, se deteriorou e inclusive houve depredação proposital do asfalto e de algumas de alvenaria.
Fica fácil criar impecilhos confortavelmente instalados num ambiente de ar condicionado esquecendo quantos labutam e sofrem para sobreviverem no ambiente hostil que é aquela região.
Bom dia essa coisa de pesar por eixo e coisa absurda pois nenhum carregamento e feito por eixo e sim pelo peso bruto,pois so nas balança do dnit que existi isso literalmente so para ganhar dinheiro ,