Entrou em vigor no dia 3 de janeiro a resolução 882 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) que autoriza o uso do 4º eixo na carreta e o retorno do cavalo 6X2 no bitrem, medidas que geram polêmica entre especialistas.
Antes da resolução, a carreta de 4 eixos só podia ser usada para rodar fora de vias abertas, como em fazendas, por exemplo. A sua utilização sem autorização do Departamento Nacional de Trânsito estava sujeita à penalização.
A Revista “Carga Pesada”, edição 29 de janeiro/fevereiro de 2022, ouviu a opinião do engenheiro João Batista Dominici, presidente da Associação Brasileira de Logística Pesada; o consultor em transporte Álvaro Menoncin; e José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Implementos Rodoviários.
O que dizem os especialistas sobre o 4º eixo
Um benefício da liberação do 4º eixo é o aumento do peso bruto total combinado (PBTC) para 58.5 toneladas. Com isso, a carreta conseguiria carregar uma tonelada e meia a mais que o bitrem. O resultado é que o transportador teria menos custos com pedágio, pneus e até com o preço de compra do cavalo, considerando que um 6X2 é mais barato que um 6X4. Além disso, carregaria mais carga de uma só vez, aumentando seu faturamento.
No entanto, segundo os especialistas, as vantagens não se sobrepõem aos problemas gerados com a autorização do 4º eixo. Um deles é que as transportadoras e transportadores optariam por trocar o cavalo 6×4 pelo 6×2, o que reduz a segurança operacional, oferecendo maior risco de tombamento pelo peso acoplado.
A configuração do veículo também exigiria carretas com comprimento entre 17.5 e 18.6 metros para aproveitamento do PTBC, o que eleva as chances de tombamento durante a basculagem. Para compensar o risco, seria necessária a implantação de um eixo pneumático e um autodirecional para uma melhor distribuição de peso e da carga e melhora da mobilidade da carreta. Sistemas esses que acabam encarecendo o veículo.
Por fim, o excesso do peso desgasta mais os pneus, prejudica o motor, exigindo mais manutenção e consequentemente aumentando os gastos. Além disso, causa danos aos pavimentos das rodovias brasileiras.
Nota Pé na Estrada: A nossa redação publicou um vídeo em 2020 mostrando diversos outros pontos polêmicos do 4º eixo na carreta (clique aqui para assistir).
Resolução libera uso de cavalo 6×2 para tração de bitrem
Por conta do peso atingido pelo conjunto com 4o eixo, seria necessário o uso de cavalo trator 6×4 para levá-lo. Para evitar essa necessidade, a mesma resolução elevou o peso permitido par ao 6×2 a 58,5 toneladas. Isso acabou liberando cavalo 6X2 de tracionar também os bitrens, algo que estava proibido há 10 anos.
Para Álvaro Menocin, um dos especialistas entrevistados pela Revista Carga Pesada, o retorno do bitrem no 6X2 é um retrocesso, basicamente pelos mesmos motivos da autorização do 4º eixo, como custo de manutenção e falta de estabilidade quando comparado ao 6×4.
Ele aponta ainda um detalhe na configuração dos cavalos que impacta na segurança no trânsito. Enquanto o no 6X2, vazio ou com pouca carga, trafega, frequentemente, com um dos eixos suspenso, o 6X4 está sempre com os eixos do cavalo em contato com o pavimento, o que oferece mais estabilidade ao conjunto.
Por Jacqueline Maria da Silva com informações extraída de matérias da Revista Carga Pesada
Sobre o 4⁰ eixo ,acho até uma boa ser liberado pra rodar. Inclusive tenho visto mtos rodar de uns dias pra cá. Mas tem q ser no 6por4. Pra não ocasionar principalmente acidentes e tbm pra não ficar parado em QQ lugar ,por falta de tração.
Esse engenheiro é engenheiros.. nunca saberão do se trata a fala deles …caminhão anda carregado e não sb comentários para se ganhar mídia ou dinheiro…vem aqui na prática que eu te ensino!,depois vc volta para sua sala gelada com direito à horário e alimentação normal do seu mundo bolha ,para fazer seu estudo, vergonha
A desvantagem significativa do 6×2 para pesos acima de 53ton é nas aplicações com trechos que exigem uso constante de freio motor para vencer longas descidas, quando é comum que o modelo 6×2 perca aderência no eixo da tração. Aí se recorre ao levantamento parcial do eixo livre “truck” que faz com que o eixo da tração fique com maior carga e se recupere a aderência. É neste momento que se gera o risco, o piso sofre com o sobre peso no eixo da tração, a estabilidade do conjunto diminui significativamente e é gerado um enorme esforço no conjunto do diferencial, pinhão, coroa, caixa de satélite, planetárias, satélites e semieixos, que no caso do cavalo com tração 6×4, equipado com dois eixos de tração, tem o dobro destes componentes sendo uma opção muito mais robusta, segura e confiável, porém obviamente muito mais cara.