A Secretaria Nacional de Trânsito iniciou a fase de estudos que permite o uso de caminhões pesados elétricos em rotas intermunicipais de curtas e médias distâncias no país. A iniciativa faz parte do compromisso da descarbonização.
O estudo tem a coordenação técnica do Instituto Nacional de Projetos para Trânsito e Segurança (Inprotran) em parceria com a Volvo, Universidade de Brasília (UnB) e o laboratório de pavimentação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A partir dos resultados, será possível à Secretaria Nacional de Trânsito estabelecer os critérios para que caminhões elétricos possam circular de forma regular.
Na cerimônia do início da segunda fase de testes, o secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, chancelou a entrega de unidades do Volvo FM Electric por meio do presidente da Volvo América Latina, Wilson Lirmann, ao presidente da Reiter Log, Vinícius Reiter, e ao presidente da Ritmo Logística, Paulo Carvalho.
De acordo com Catão, a grande questão da novidade não está só na eletricidade, mas sim no peso total dos caminhões. “A gente precisa analisar quais as adaptações que são ou que serão necessárias para uma regulamentação correta e com segurança”, explica.
Ele ressaltou que o governo não quer simplesmente aumentar a capacidade PTB para os elétricos, e finalizar a análise. “Estamos fazendo um estudo bem específico que envolve telemetria, autorizações especiais, rotas determinadas, conectando todos os dados com a secretaria”, finaliza.
Quantos caminhões elétricos estão na fase de testes
Dez veículos fazem parte desse regime experimental, eles são destinados a rodar em zonas urbanas, regiões metropolitanas e no transporte intermunicipal de curtas e médias distâncias.
As análises iniciais apontam que os caminhões elétricos apresentam vantagens para a segurança viária, alta eficiência energética, inexistência de ruído, baixo nível de vibração e zero emissão de gás carbônico.
Pelo cronograma da Senatran, a fase de testes em campo dos caminhões pesados elétricos deve durar de dez meses a um ano.
Saiba como carregar de maneira correta uma picape
Segundo Vanessa Reiter, diretora de ESG da Reiter Log, acrescentar à frota cinco unidades do Volvo FM Electric é uma oportunidade alinhada com o movimento que a transportadora está fazendo.
Ela recorda quando a companhia inseriu os primeiros elétricos urbanos, em 2021, e que, atualmente, há uma boa parte na frota de veículos movidos a gás biometano. A Reiter tem mais de 300 caminhões sustentáveis na frota. O plano e transformar toda a ela em limpa até 2030.
Saiba que o Ministério dos Transportes precisa aprovar os veículos
Todo veículo que chega ao mercado precisa da aprovação do Ministério dos Transportes. O órgão é responsável por garantir que os modelos atendam aos padrões de segurança estabelecidos para proteger motoristas, passageiros e outros usuários.
A pasta também verifica se os veículos atendem aos requisitos de desempenho estabelecidos, incluindo capacidade de aceleração, velocidade máxima, capacidade de carga e eficiência de combustível. As regulamentações e normas técnicas estabelecidas também são verificadas, principalmente, por exemplo, para atestar se o veículo comporta a via.
Entenda a trajetória do Volvo FM Electric no Brasil
Em 2023, a Volvo iniciou os testes do caminhão pesado. Mas a primeira aparição do FM ocorreu na Fenatran 2022.
Quando estiver com todas as certificações, o FM poderá ser aplicado no transporte de produtos industrializados, cargas refrigeradas, alimentos e bebidas, até bens de consumo e hortifrutigranjeiros. Ele poderá ser implementado com baú ou sider, em carretas de dois ou três eixos.
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O Volvo FM Electric tem 490 kW (660 hp), com opções de PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de até 44 toneladas. A autonomia prevista é de até 300 km. Para recarregar, é necessário de 1h30 a 8h, dependendo da quantidade de baterias e do tipo de carregador.
A Volvo quer reduzir em 50% as emissões de CO2 de seus veículos até 2030 e em 100% até 2040. A marca tem quase 5.000 caminhões elétricos entregues com essa tecnologia em todo o mundo.
Por Rodrigo Samy, com informações da Volvo e do Ministério dos Transportes
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.