Na manhã de terça-feira, 17, um caminhoneiro de 44 anos, morador de Santa Rosa do Sul (SC), foi libertado por sequestradores que o mantiveram por quatro dias em cativeiro na cidade de Osasco, São Paulo. O caminhoneiro teria sido atraído por um vantajoso trabalho de frete, até descobrir que ele era falso.
A ação para libertar o motorista contou com o trabalho conjunto entre as polícias de Santa Catarina e de São Paulo. Durante os dias que ficou em cárcere, foram feitas várias tentativas de extorsão pelos sequestradores à família da vítima. Apesar dos momentos de tensão, o homem foi libertado sem sinais de tortura.
“Nós montamos uma força-tarefa, ficamos acompanhando as negociações e fizemos as investigações. A Diretoria de Inteligência da Polícia Civil colocou agentes à disposição para nos ajudar nesse sentido. Fizemos contato com a DAS de São Paulo, que é a divisão de sequestros de lá, que foi nos passando informações e nós fomos auxiliando nas negociações com a família aqui”, contou o Delegado de Polícia em Santa Rosa do Sul, André Coltro.
Ainda não houve prisão dos sequestradores, mas o delegado afirma que um deles já foi identificado.
Atenção para fretes que são muito atrativos
A Polícia Civil faz uma alerta para o caminhoneiro ficar atento quanto a “atrativos” trabalhos de frete. De acordo com a instituição, aumentou o número de registros de novos casos de extorsão mediante a sequestro por conta de golpes de falso frete.
O Delegado de Polícia Anselmo Cruz, da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC/PCSC), afirma que há registros de casos contra motoristas de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, na região entre São Paulo (Capital) e Osasco (SP).
Segundo ele, caminhoneiros são abordados diretamente por assaltantes ou por alguém que usa jaleco de empresa que orienta-o a seguir para outro portão. A prática ocorre mesmo com os caminhões vazios, em frente a empresas de logística, próximas de Osasco (SP).
Depois disso, ocorrem as extorsões por meio de saques na conta da vítima e exigência de dinheiro em troca da liberação do prisioneiro, enquanto ele é mantido em cativeiro.
Denúncias podem ser feitas através do número 181.
Como evitar cair em golpes como o falso frete?
Para evitar cair no golpe do falso frete, é fundamental que o caminhoneiro conheça e se certifique sobre a empresa. Procure informações sobre o telefone e o site da companhia e peça o CNPJ do contratante quando for entrar em contato com ele.
No encontro presencial com o responsável pelo fornecimento da carga, a polícia recomenda que os encontros sejam em locais monitorados por câmeras.
Outro tipo de golpe que o estradeiro precisa estar atento é por meio de anúncios de vagas falsas de emprego, na internet. Neste caso, a intenção dos golpistas é pegar informações pessoais dos estradeiros como documentos e comprovantes.
Mais uma vez, é importante colher informações sobre a empresa. Pesquisar o local, a história, a avaliação dos funcionários e até sites, como o Reclame Aqui, é necessário para se valer da opinião de todos os envolvidos no processo e saber se a companhia é de confiança ou não, para fugir das vagas falsas de emprego.
O Pé na Estrada fez uma matéria abordando o relato de um caminhoneiro que foi vítima desse tipo de golpe e mostrou alguns recursos e serviços para os estradeiros protegerem seus documentos. Para acessar o conteúdo, é só clicar aqui.
Por Wellington Nascimento com informações da Polícia Civil de Santa Catarina