Conheça as características da nova CNH, que começa a circular em junho de 2022

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A ideia de padronizar a CNH para um modelo mais parecido com o internacional não é nova, mas foi adiada no passado e tinha previsão para o próximo ano. Agora, o Contran publicou a Resolução 886, que confirma esse prazo. Por isso, é bom conhecer as características da Nova CNH, que deve começar a circular em junho de 2022. Muitas características seguem iguais. Entretanto, ela trará algumas mudanças significativas, por isso, leia esta matéria até o final.

Histórico

O primeiro anúncio de um novo modelo de CNH foi feito lá em 2017 (clique aqui e relembre). A princípio, a ideia era que o novo formato já fosse implementado em 2019. Naquele momento, a CNH foi concebida no formato de cartão e com um chip, modelo muito parecido com o europeu. Só que, em 2018, o governo adiou a medida para 2022.

No dia 13 de dezembro de 2021, o Contran soltou a Resolução 886. Essa resolução confirma a implementação da nova CNH e explica como serão suas características.

Formato

Frente da nova CNH que entra em vigor em junho de 2022

A ideia de um cartão com chip foi abandonada. A nova CNH vai manter o formato em papel dobrado ao meio, com o mesmo tamanho da CNH atual. Em outras palavras, ao invés do chip, fica mantido o QR Code no verso, como já acontece hoje. Esse código QR armazena todas as informações do condutor, inclusive a fotografia. A única informação que não constará nele será a assinatura do portador.

Além da versão física, a CNH contará com a versão digital. O condutor poderá optar por uma, outra ou ter as duas. Lembrando que a CNH digital traz muitas outras informações que não estão no documento físico, como pontuação da CNH ou validade do exame toxicológico. Ainda assim, os dois documentos terão o mesmo valor legal, como já ocorre hoje.

Campo de observações

Assim como já ocorre hoje, o campo observações trará informações específicas do perfil de cada condutor. Ou seja, se exerce atividade remunerada ou não, se precisa de óculos para dirigir, se precisa de veículo adaptado ou qualquer outra característica única daquele portador. Os códigos seguem os mesmos já usados atualmente. Para conhecer o que cada sigla representa, clique aqui.

Além disso, os cursos específicos seguem fora do campo. Antigamente, os cursos vinham especificados nesse campo. Porém, desde o começo do ano, a regra mudou (clique aqui para relembrar). Em outras palavras, cursos como MOPP, cargas indivisíveis e transporte de passageiros só poderão ser identificados pelo Renach e não virão impressos no campo Observações.

Diferenças para a CNH atual

Parte da frente

pontos que mudam na Nova CNH

As cores, marcas para assegurar a validade e desenhos são diferentes tanto na parte da frente quanto na de trás. Entretanto, essas mudanças não afetarão a forma de leitura do documento.

Uma mudança mais significativa é o topo da frente da CNH. Onde hoje se vê o estado que emite a CNH, agora teremos um “BR”. Outra diferença no topo é a identificação do tipo de documento. No modelo atual consta apenas “Carteira Nacional de Habilitação”. Já no novo modelo, além do escrito em português, também estará presente o dizer em duas outras línguas, facilitando a vida de quem dirige fora do País, com os caminhoneiros que fazem rotas do Mercosul.

Além disso, também há uma mudança da distribuição dos campos e a presença de um novo campo, ao lado do ACC. Ali será impressa a letra P, para motorista que ainda estão apenas com a Permissão, ou a letra D, para quem já tem a CNH definitiva.

Parte de trás

Quadro de categorias da nova CNH
Segundo o Minfra, nada muda em nossas categorias, ou seja, o quadro apenas reflete o internacional, mas não mudará nossa classificação

A grande diferença está na parte de baixo, aquela que fica atrás quando dobramos a CNH. Isso porque ela traz o padrão internacional de identificação da categoria para a qual aquele motorista é habilitado.

Em outros países, a CNH D, por exemplo, não é uma evolução da C. A C é específica para cargas enquanto a D é exclusiva para transporte de passageiros. Já a E é para veículos articulados e não é uma categoria em si, é uma adição da C ou da D, ou seja, a pessoa pode dirigir veículo de carga (C) articulado (E), com isso a CNH dessa pessoa seria CE. Já explicamos mais desse assunto anteriormente e você pode consultar clicando aqui.

O Brasil começou uma mudança nesse sentido em 2017, quando diversos Detrans passaram a proibir que passou direto da C para a E de fazer ou renovar cursos de transporte de passageiros. O assunto deu muito o que falar e hoje praticamente todos os estados aceitam que quem nunca passou pela categoria D faça os cursos de transporte escolar e de passageiros.

A Resolução 886, que estabelece a nova CNH, não faz nenhuma referência a esse entendimento. Ou seja, provavelmente nada deve mudar agora. 

Questionamos o Ministério da Infraestrutura sobre isso e a resposta foi que não há qualquer intenção de alteração nas categorias atuais. Veja abaixo a resposta na íntegra:

Resposta do MInfra

“Não houve e nem haverá alteração nas categorias A, B, C, D e E.  Essas categorias B1, C1, CE etc. constam na Convenção de Viena para quando os documentos de habilitação forem validados nos países signatários, até que eles tenham as categorias correspondentes as nossas. Por exemplo, se você vê a imagem da nova CNH a nossa categoria A estará correspondente com as categorias ACC, A e A1, marcadas nos campos 10, 11 e 12 a permissão para conduzir.”

Preciso refazer meu documento?

Não. O novo modelo passa a ser emitido em 1º de junho de 2022, mas apenas para quem estiver tirando a carta pela primeira vez, renovando, tirando uma 2ª via ou mudando de categoria. Ou seja, a sua CNH será valida normalmente até o vencimento e, na próxima renovação, aí sim você receberá o novo modelo.

Por Paula Toco

 

Jornalista Paula Toco sentada em banco do motorista de caminhão pesado

Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.

5 COMENTÁRIOS

  1. Sobre a CNH a inovação é necessaria,acho que deveriam entrar em concenço com as categorias,teriam quê simplifica A:amadora P:profissional e M:motociclistas,seria a melhor forma.
    Os acontecimentos na Bahia esta mobilizando todo o Pais uma triste catastofre,somente Deus para âmpara-los!!!!!

  2. O que tinham que mudar era desvincular a habilitacao de motos da habilitacao de veiculos, e deixar bem claro na frente da categoria o que pode dirigir, poe exemplo, dirigir um Motohome qual a categoria, pra mim no minimo tinha que ser D, e articulados que passassem de 2 Toneladas tinha que ser E

  3. Prezada Paula Toco.
    Gostei da matéria. As informações atualizadas não deixam dúvida alguma sobre como serão as características da CNH, quanto aos seus campos de preenchimentos, com inovações importantes, e seus esclarecimentos estão perfeitamente inteligíveis.
    Como sou perito criminal, embora aposentado, com exercício da atividade pericial e professor nas especialidades Grafoscopia e Documentoscopia, senti falta de informações sobre os dispositivos de impressão gráfica de segurança que serão usados na produção do novo modelo.
    Se tiver e puder as informações a respeito, gostaria de recebê-las, pelo que agradeço.

  4. boa tarde :
    estou em um pequeno problema ,eu tirei minha cnh ,e pulei a categoria c, portanto estava solicitando que colocasse pelo ao menos no prontuários ,o DETRAN desconversa e diz que não fiz então esta categoria c não consta, lembrando que a minha categoria é a E, sou profissioanal, pago todos os impostos e cursos ,exames não podemos ser tratados como zé ninguém, obrigado pé na estrada pela entrada.

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