A EcoRodovias venceu o contestado leilão do trecho urbano da Nova Raposo Tavares com oferta de R$ 2,19 bilhões. O Lote compreende 92 quilômetros de trechos de quatro rodovias que atravessam 10 cidades na região metropolitana de São Paulo.
Contestado projeto Nova Raposo já tem vencedor
Com isso, a companhia vai investir R$ 8 bilhões em obras durante 30 anos. Logo, Marcello Guidotti, CEO da empresa, o lance fui coerente com o que será executado.
Entre as etapas mais contestadas por moradores, associações de bairro e ambientalistas estão as desapropriações e desmatamentos.
De qualquer forma, o executivo explicou que as obras mais intensas só se iniciarão em 2028 e que se intensificarão em 2030.
Projeto Nova Raposo nasceu às escuras
A insustentabilidade do projeto, criado com consultas públicas pouco divulgadas, acendeu a luz vermelha, com criação do movimento Nova Raposo, Não que aponta questões que vão contra o projeto.
Ou seja, foram duas audiências públicas, com divulgação restrita ao Diário Oficial, uma em Vargem Grande Paulista e outra no DER, onde contaram com a presença de no máximo dez pessoas, segundo o movimento.
Movimento “Nova” Raposo, Não
Hoje, mais de 25 mil assinaturas de uma petição online explica por que esta obra não deve avançar.
Hoje (28), durante o leilão, os integrantes do movimento fizeram uma ação e convidaram políticos e opositores para discursar.
Eles se embasaram no resultado de uma pesquisa, encomendada pelo movimento, onde 63% da população na região por onde está prevista a obra da Nova Raposo (Vargem Grande, Cotia e São Paulo) desconhecem totalmente o projeto.
Pesquisa mostra a baixa popularidade da nova rodovia
Já dos 37% que estão sabendo, 30% consideram que o principal impacto é ambiental e 67%, que a obra vai agravar a crise climática.
A pesquisa também revelou que 49% dos entrevistados apontaram o transporte público de massa como solução, seguido por 32% que defendem corredores exclusivos para ônibus.
Um dado surpreendente é que 8 em cada 10 pessoas que utilizam o carro próprio como principal meio de transporte na rodovia Raposo Tavares, indicam o transporte público como alternativo. Apenas 4% acreditam que ciclovias são a melhor opção, e 14% não souberam responder.
Barrados no Baile da B3
Os manifestantes foram impedidos de acompanhar o leilão, que contou com a presença do governador e de prefeitos de algumas das cidades envolvidas no plano.
A Polícia Militar montou uma barreira na porta da B3, antiga Bolsa de Valores, com o intuito de controlar o acesso ao local.
O que está previsto na Nova Raposo
A nova concessionária ficará responsável por executar entre o 3º e 8º ano 78 km de faixas adicionais, sendo 34 km na SP-270 (Rodovia Raposo Tavares) e 44 km na SP-280 (Rodovia Castello Branco); 22 km de duplicações, sendo 5 km de duplicação na SP-029 e 17 km na ligação Cotia-Embu das Artes; e 43 km de marginais a serem realizadas na Raposo.
O contrato também prevê a instalação de 2 áreas de descanso para caminhoneiros, construção de 32 passarelas e 42 km de ciclovias.
Como será a cobrança do pedágio na Nova Raposo?
Com isso, onde hoje há pedágio, haverá redução a partir do início da concessão, em média, de aproximadamente 30% do valor da tarifa.
Já a partir do 3º ano, a concessionária converterá as praças de pedágio existentes em pórticos de cobrança automática, conhecidos como free-flow, e iniciará a implantação de novos pontos de cobrança.
Serão aplicados outros descontos na Nova Raposo
O projeto prevê a adoção de benefícios tarifários e da operação com tarifa quilométrica, onde usuários terão 5% de desconto na tarifa de pedágio automática.
Os descontos podem chegar a 20% e serão aplicados a partir da 11ª passagem pelo mesmo ponto de cobrança, no mesmo sentido e dentro do mesmo mês. A isenção tarifária para motocicletas será mantida.
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.