sexta-feira, novembro 22, 2024

Diesel fecha janeiro com aumento de 2%, congresso quer lei para controlar o preço

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Em mais um capítulo da novela do preço dos combustíveis, o diesel fechou janeiro com aumento de 2% em relação a dezembro de 2021. Se compararmos o preço em relação a janeiro do ano passado, aí o acréscimo é de 46%. Por conta dos sucessivos aumentos e a pressão social gerada com eles, Câmara, Senado e a presidência tentam aprovar leis para controlar o preço dos derivados de petróleo. Já a ANTT repassa os aumentos para a lei do piso mínimo de frete.

 

Valores do diesel por região

Placa mostra preços dos combustíveis em posto de Pernambuco
Diesel fecha janeiro com aumento de 2%.
Imagem: enviada por QRA Primo – Posto Pichilau em Pernambuco – Nov/2021

Segundo o último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), tanto o diesel comum quanto o S-10 registraram alta no comparativo com dezembro de 2021. Na média nacional, o combustível fechou janeiro com o litro vendido, em média, a R$ 5,770, alta de 2,81%, e o tipo S-10 registrou acréscimo de 2,68%, com o valor de bomba que passou de R$ 5,676 para R$ 5,828.

Segundo os dados do IPTL, levantados pela Ticket Log, a Região Norte continua liderando o ranking do diesel mais caro do País. O diesel comum fechou a R$ 5,999 e o S-10 a R$ 6,051, altas de 2,79% e 2,70%, respectivamente, comparando a dezembro.

Já no Sudeste as altas foram de 3,47% no valor do diesel comum, passando de R$ 5,361 para R$ 5,547; e de 3,34% para o diesel S-10, saindo de R$ 5,452 para R$ 5,634.

Na Região Sul, contudo, mesmo com altas de 3,68% no litro do diesel comum e de 3,74% para o S-10 – as maiores variações do País – os combustíveis fecharam com médias de R$ 5,388 e R$ 5,443, respectivamente, sendo as médias mais baixas, repetindo um retrato do último mês de 2021.

Valores por estado

No recorte por estados, o Amazonas registrou a maior alta para o diesel comum (4,56%), R$ 5,729, ante R$ 5,479 de dezembro. O maior preço médio foi registrado no Acre, a R$ 6,393; e o menor no Paraná, com o litro a R$ 5,313.

Já a Bahia apresentou a maior alta para o diesel S10, de 4,02%, passando de R$ 5,640 para R$ 5,867. Assim como o diesel comum, o maior valor médio para o S-10 foi encontrado nos postos do Acre, a R$ 6,346; e o valor mais baixo no Paraná, a R$ 5,366.

Projetos de lei para controlar os preços dos combustíveis

Imagem do Congresso e parte da esplanada dos ministérios
Câmara, Senado e presidência têm projetos para controlar o preço dos combustíveis

Esses aumentos constantes de preço e o impacto que isso tem gerado na economia também fazem crescer a pressão popular para controlar os preços dos derivados de petróleo. O Senado está com dois projetos que buscam reduzir os valores. Eles podem ser votados ainda em fevereiro.

Já o presidente Jair Bolsonaro deve apresentar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para reduzir impostos e com isso tentar baixar os valores. A princípio, a PEC abrangeria diesel, gasolina e gás de cozinha. Entretanto, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não é possível abrir mão de tantos impostos. Por isso, a PEC deve focar apenas no diesel. Ainda não há prazo para a apresentação do texto ao legislativo.

Qualquer proposta, tenha partido da presidência ou do congresso, precisa passar pelas três casas para ser aprovada. Ou seja, antes de virar lei, a proposta precisa ser aprovada no Senado, Câmara e Presidência. Em outras palavras, mesmo que todos concordem, a lei não terá efeito imediato e deve demorar para sair do papel.

Lei do piso mínimo de frete

Quando muda o valor do diesel, o ideal é que, automaticamente, mudasse também o valor do frete para aos caminhoneiros autônomos e transportadores. Na prática não funciona assim. No entanto, a ANTT segue atualizando a tabela que dá base para o cálculo do piso mínimo de fretes, obrigatório por lei.

Todo dia 20 de janeiro e julho a agência publica novos valores. Além disso, caso a variação do diesel alcance 10%, para mais ou para menos, a tabela também precisa ser revista. A última atualização levou em conta não apenas as variações do diesel como também de outros itens, como pneus, salário do motorista e preço de veículos novos. Para outros itens dentro da cesta de custos do caminhão, a ANTT levou em consideração a variação do IPCA, que foi de 5,85642%.

Considerando todos os itens, a variação média de aumento dos valores legais de frete foi de 9,64%. Esse montante pode mudar de acordo com a carga, a quantidade de eixos e a quilometragem da viagem.

Se você não sabe calcular o valor, o nosso site disponibiliza uma gratuitamente, clique aqui e calcule o frete de cada viagem que for fazer. Mesmo que saiba que não irá conseguir carregar no valor cheio da lei, é importante conhecer esse número para ver se vale a pena pegar uma determinada carga.

A ANTT ainda estimula os motoristas a fazerem denúncias de empresas que não pagam o valor correto. Essa denúncia pode ser feita pelo e-mail ouvidoria@antt.gov.br ou pelo telefone 166. Por fim, a ANTT afirma estar sempre fiscalizando o cumprimento da lei. A agência afirma ainda que denúncias ajudam para escolher pontos de fiscalização. Veja abaixo uma matéria sobre o assunto.

Por Paula Toco com informações da Ticket Log e ANTT

 

 

Jornalista Paula Toco sentada em banco do motorista de caminhão pesado

Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.

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