Lideranças dos caminhoneiros afastaram a possibilidade de uma nova greve como a de maio, pelo menos por enquanto. A informação de que uma nova paralisação ocorreria esta semana tem sido divulgada em grupos de WhatsApp, mas foi desmentida pelos representantes dos caminhoneiros, de acordo com a Gazeta do Povo.
Porém, as lideranças não descartam a possibilidade de uma nova greve caso as negociações em relação à Medida Provisória 832, que será discutida em audiência pública em agosto, derrubem a tabela mínima de frete.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) informou, em nota, que está “monitorando os grupos de WhatsApp dos quais participa para checar a veracidade sobre uma suposta nova paralisação. Entretanto, informamos que não estamos promovendo e nem apoiando uma nova greve da categoria”. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) diz também não ter informações sobre greve.
“Isso é fake, não é nosso não. O nosso pessoal está em negociação, em Brasília”, afirma Jaime Tonetti, uma das lideranças da paralisação realizada em maio. Segundo ele, caminhoneiro autônomo que esteve à frente da mobilização em Chorozinho, no Ceará, a categoria deve aguardar votação da MP.
Editada pelo governo federal para atender às reivindicações da greve, tem encontrado resistência entre os empresários da indústria e do agronegócio. O magistrado, relator da matéria no STF, decidiu atender ao pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu as ações na Justiça que questionam a medida provisória que estabeleceu o preço mínimo dos fretes.
Tabela mínima de frete
Segundo o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, a demora em definir o futuro da tabela do frete está pressionando o escoamento de produção. A decisão foi adiada para 27 de agosto, em uma audiência pública. Enquanto isso, a tabela está valendo.
“O carregamento pelos autônomos está paralisado, porque o preço mínimo é muito alto. O ministro devia ter suspendido a MP até o retorno da discussão prevista para o fim de agosto”, comentou o especialista ao DCI.
De acordo com ele, algumas rotas que já tinham um alto valor de frete ainda estão sendo feitos. Nos demais casos, a produção segue “segurada” para aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal.
Outro ponto considerado falho na medida provisória, segundo ele, é a falta de especificação da tabela. “Está incompleta. Trata de granéis, mas falta contêiner, carga viva e todos os outros segmentos.”
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Por Pietra Alcântara