De acordo com dados divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, os números do primeiro mês de operação da Motofaixa da Avenida 23 de Maio são positivos.
Segundo a CET, nos primeiros 30 dias de operação, a “Faixa Azul” foi utilizada por 86% dos motociclistas que trafegaram pela avenida, mesmo a circulação pela faixa não sendo algo obrigatório por lei.
O que foi feito para a implantação da faixa para motociclistas?
O Projeto Piloto da Faixa Azul para motocicletas na Avenida 23 de Maio teve inicio no dia 25 de janeiro de 2022, cortando o sentido Santana/Aeroporto (indo da Praça da Bandeira até o Complexo Viário João Jorge Saad).
- Antes das mudanças:
Antes das mudanças, cada faixa para automóveis variava entre 2,5 á 2,95 metros de largura e a de ônibus possuía 5,85 metros.
- Após as mudanças:
Para incluir a faixa exclusiva para motos, a CET padronizou a largura das quatro faixas para veículos em 2,7 metros e estreitou a via exclusiva para ônibus, que agora tem 3,40 metros. Logo, foi possível “encaixar” uma nova faixa de 1,4 metro de largura para o tráfego de motociclistas.
Os números da Motofaixa
Segundo o primeiro balanço da CET, a Faixa Azul obteve um saldo positivo no primeiro mês de utilização. A companhia aponta que não houve nenhum registro de acidente com vítima grave e óbito envolvendo motos no local da faixa.
Além disso, a fluidez do trânsito apresentou melhora devida a utilização da nova faixa pelos motociclistas. De lá para cá, os técnicos da CET vêm realizando o monitoramento diário dos índices de lentidão e acidentalidade com o objetivo de averiguar a funcionalidade da nova sinalização.
Sinistros envolvendo motos na Avenida:
Nestes primeiros 30 dias, o número de acidentes envolvendo motocicletas na 23 de Maio foi maior fora da Motofaixa exclusiva. Na maioria das ocorrências, segundo a CET, o principal motivo foi conversão feita de maneira incorreta por motoristas, que não sinalizaram a mudança de faixa com a seta:
- Fora do espaço da faixa azul: sete ocorrências sem vítima e quatro com vítima. Os motoristas dos veículos não sinalizaram a mudança de faixa com a seta e colidiram de leve com as motocicletas.
- No espaço da faixa azul: quatro sem vítima, também causados pelo não uso da sinalização de seta ou pelo movimento brusco de troca de faixa.
Melhora no trânsito da 23 de Maio:
De acordo com a CET, como resultado da implantação da Motofaixa, houve melhora na fluidez do trânsito da avenida. A lentidão diminuiu cerca de 10% no trecho em comparação a 2021 (de 0,72 para 0,65).
Para os técnicos da Companhia, ao organizar o fluxo de veículos, retirar as tachas da sinalização horizontal e orientar os espaços compartilhados, foi possível evitar os conflitos existentes entre automóveis e motos.
Porque a Avenida foi escolhida para os testes?
Segundo informações da CET, a Avenida 23 de Maio foi escolhida para a implantação do projeto piloto da Faixa Azul por conta do alto número de incidentes envolvendo motociclistas na Avenida. De 2018 a 2020, foram 117 ocorrências envolvendo motos, com 129 feridos e 4 óbitos.
Além disso, o alto fluxo de motocicletas que cortam a extensão da avenida diariamente é um dos fatores cruciais para os testes. Cerca de 2.400 motos por hora passam pela 23, chegando a 50 mil ao dia, com 78% dos acidentes no local envolvendo motos.
Em números gerais, entre 2018 e 2020, 39,14% dos veículos acidentados na cidade de São Paulo, foram motocicletas, perdendo apenas para os automóveis, com 51,37%.
Essa é a terceira vez em que uma avenida da capital possui uma faixa exclusiva para motos. Anteriormente, a Avenida Sumaré (De 2006 a 2013) e a Avenida Vergueiro (implantada em 2010) tiveram um trecho exclusivo para o fluxo de motociclistas. Por fim, vale destacar que os testes da Faixa Azul na 23 de Maio irão durar dois anos.
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Por Daniel Santana com informações da CET