O nosso repórter, Jaime Alves, traz uma análise comparativa entre motoboys e caminhoneiros. Acompanhe:

Eu costumo dizer que caminhoneiro e motofretista são profissionais que passam por situações de pressão muito semelhantes. Pra comprovar, eu lembro uma campanha publicitária de uma rede de fast food alguns anos atrás. Afirmava que se o cliente não recebesse a pizza quentinha em até 15 minutos, não pagava pelo pedido. Pressionados, os entregadores botavam pressão, furavam farol. Corriam riscos. Se acidentavam. Este tipo de campanha foi proibido por lei. Afinal, a rede ganhava competitividade expondo os seus entregadores ao perigo.

Isso ilustra um fato que os caminhoneiros conhecem bem: a carga de horário. São cobrados para acelerar, o que também aumenta o risco. Só que, quando chegam, a descarga nem sempre é ágil. Pode ficar pro outro dia ou pro seguinte. Então por que tanta pressão pra chegar logo? É falta de planejamento logístico. Os dois casos são exemplos de desrespeito com estes profissionais.

Outra semelhança é precarização da profissão. Segundo informações da Associação dos Motofretistas, especialmente nos últimos dois anos, com a pandemia, a concorrência aumentou bastante. Sem emprego, muita gente foi fazer entregas de moto, seja de comida ou produtos comprados pela internet, o e-commerce. Mas de forma amadora, sem nenhum respeito às regras de segurança. Uma dessas regras é transportar cargas apenas dentro do baú. Essas mochilas presas às costas são proibidas, mas muito utilizadas.

Qual foi o resultado? O valor do frete caiu. E mais uma coisa que aconteceu: o volume de carga transportada por uma moto aumentou. Outro dia eu mesmo vi algumas caixas sobre o baú de uma moto. Ou seja, é carga complemento. Os caminhoneiros sabem muito bem do que eu estou falando.

Eu também recebi vídeos que mostram motos com excesso de carga, lateral ou na altura. Representam um perigo danado para a segurança do piloto. E economicamente favorecem o embarcador em detrimento de outros motofretistas. E aí, você que é caminhoneiro, concorda comigo que tem situações semelhantes com os motoboys? Nós estamos preparando uma reportagem para o programa pé na estrada e você vai ver lá.

 
 
 
 

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