O preço do diesel só faz subir. Outra coisa que sobe é a carroceria de alguns caminhões. A gente já produziu três reportagens sobre este tema, carroceria arqueada. Em todas elas repetimos a pergunta: vale a pena?

A ideia foi provocar a reflexão e não afirmar que está certo ou errado. Pode ser que quem esteja pensando em arquear só pela estética, não esteja considerando os custos e os inconvenientes. Pode ser ainda que nem considere os riscos. Agora, tem informação suficiente para pensar e tomar uma decisão mais consciente.

Em uma das gravações a nossa equipe esteve no Ceagesp, em São Paulo, e chegou a ser hostilizada. Um caminhoneiro exaltado nos acusou de só criticar e só falar de traseira arqueada e não abordar outros temas importantes. Como era um grande engano dele, o nosso repórter Jaime Alves, tentei conversar, mas desistiu ao perceber que o que ele mais queria, não era conversa. Era causar. Falava alto em busca de plateia. Estava conseguindo, mas foi ignorado pela nossa equipe.

Jaime Alves diz neste podcast, que tem plena consciência das dificuldades que a grande maioria dos caminhoneiros autônomos passa pra se sustentar. Ele destaca que já fez muitas reportagens sobre diesel alto e frete baixo, mostrando que as contas não fecham.

Em uma série de reportagens no Pé na Estrada, Jaime aponta um caminho, se não dá pra baixar o diesel na bomba, é claro que não dá, tem outra coisa que é possível e necessário fazer: buscar mais conhecimento profissional. Ou seja, mudar o foco. Atuar sobre aquilo que está ao nosso controle.

E falando em conhecimento, outras reportagens foram sobre como transformar o tempo perdido esperando pra carregar ou descarregar em tempo produtivo. Mostramos que era possível – e preciso – fazer cursos online.

Só pra citar outros temas, na pandemia o Pé na Estrada mostrou o absurdo que é o tempo de espera e as condições inseguras para descarregar em supermercados. Incluímos uma imagem de um banheiro imundo em um Centro de Distribuição. Um desrespeito a quem tentava abastecer o país enquanto muita gente era obrigada a se isolar em casa.

Falamos com autônomos e empregados. Aliás, para os empregados, destaco também matérias sobre salário. Em todas elas a mesma conclusão: os rendimentos são muito baixos para tanto risco. Portanto, a gente não fala só de traseira arqueada. A gente fala de tudo o que é importante.

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