Na manhã da última quarta-feira, 2, uma cena inusitada parou o trânsito da BR 101 em Sooterama, interior do Espírito Santo. Paralisação de caminhoneiros? Acidente? Na verdade, o trânsito parou graças a um sargento da Polícia Militar que interrompeu o fluxo de veículos para que um bicho-preguiça atravessasse a rodovia.
O policial, que inicialmente havia confundido o animal com uma folha, percebeu a tempo do que se tratava quando a preguiça se movimentou. Como o local é próximo de uma reserva ambiental, a velocidade permitida é de 60km/h, o que ajudou a salvar a vida do bicho, como conta o Sargento Coutinho.
Confira também: Animais silvestres atravessando a pista
“Eu estava vindo de São Mateus e indo para Linhares quando avistei na pista um negócio que parecia uma folha. Mas depois percebi que se movimentava e logo vi que era um bicho-preguiça. Parei o carro atravessado e liguei o pista alerta. Um amigo da polícia vinha atrás e também parou. Cercamos a BR 101 para deixar o animal acabar de atravessar. A preguiça saiu de uma lado da mata e seguiu em direção ao outro lado. Quando ela adentrou à mata, seguimos viagem”, relata Coutinho.
Veja o vídeo da travessia do bicho-preguiça no portal Gazeta Online.
Atropelamento de animais
O atropelamento de animais em rodovias próximas a áreas de reserva é um problema no país. Uma pesquisa publicada pelo Instituto Homem Pantaneiro aponta que seis animais silvestres morrem atropelados diariamente na BR 262, estrada que cruza o Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Animais silvestres como bichos-preguiça, tamanduás, capivaras e até jacarés são as principais vítimas. Por serem animais de pequeno e médio porte e relativamente lentos, muitos acabam sendo mortos por veículos em alta velocidade nas estradas.
Uma pesquisa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) aponta que o atropelamento é um dos fatores que mais fortemente ameaça a fauna brasileira: “São 475 milhões de animais mortos nas estradas do Brasil todos os anos, uma taxa maior que a do próprio desmatamento”, afirma o coronel Ângelo Rabelo, que trabalha no Pantanal há mais de 30 anos.
Existe solução para esse problema? Confira na matéria clicando aqui.
Por Pietra Alcântara