Com o objetivo de recuperar pontos impactados pelas obras da BR-319, o Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, abriu licitação para escolher a empresa que vai elaborar o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) da rodovia. O objetivo é tornar a rodovia um modelo mundial de preservação ambiental
O projeto prevê ações de recuperação como o plantio de mais de 120 mil mudas, hidrossemeadura (técnica usada em restaurações ambientais que envolve a pulverização de uma mistura de sementes para um plantio mais rápido. Nas estradas, é utilizada na estabilização de encostas e taludes) em mais de 1 milhão de metros quadrados, a construção de diques para controle erosivo em mais de 1 mil metros quadrados, entre outras ações.
A BR-319
A rodovia possui mais de 800 km e é a única ligação rodoviária do Amazonas com Rondônia e o resto do Brasil. Conhecida também como Rodovia Manaus–Porto Velho, a BR-319 tem início no município de Manaus, capital do Amazonas, e finaliza em Porto Velho, capital de Rondônia.
Após a inauguração em 1976, a BR-319 podia ser percorrida de Manaus a Porto Velho em cerca de 12 horas. Mas, por falta de manutenção regular da rodovia, tornou-se praticamente intrafegável a partir de 1988.
Ou seja, só funcionou plenamente durante 12 anos. Desde então, pelo fato da rodovia cortar um dos trechos de reserva ambiental na floresta amazônica, o asfalto foi retirado de maneira proposital.
Sem as obras na BR-319 e com a chegada das chuvas, a situação fica ainda pior e os atoleiros atrapalham bastante o percurso dos condutores. Algo que gera inúmeras discussões entre autoridades sobre as condições da estrada e quais ações devem ser tomadas para ocorrer melhorias nas pistas.
Governos anteriores alegaram que, pelo fato da rodovia exigir obras complexas, devido à delicadeza de abrir caminho na parte mais intocada da floresta, não foi possível avançar na intenção de executar algo semelhante ao que está previsto nesta licitação.
O Pé na Estrada passou por lá e mostrou um pouco da situação. Veja no vídeo abaixo:
O processo de licitação
A ação atende às exigências do Ibama para a recuperação das áreas afetadas pelas obras na BR-319 e do ecossistema local. O edital para contratação da empresa por meio de pregão, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de quarta-feira, 21/07.
Segundo o DNIT, responsável pela escolha da empresa, a licitação é feita por meio da modalidade pregão, e os interessados já podem enviar as propostas pelo site www.comprasnet.gov.br. A abertura das proposições recebidas será realizada no dia 2 de agosto de 2021, pelo mesmo site.
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Os trabalhos na rodovia
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, reforçou o objetivo de aliar pavimentação asfáltica com sustentabilidade ambiental. “Os trabalhos na BR-319 estão sendo feitos para reforçar o compromisso deste governo da junção do desenvolvimento em infraestrutura com a proteção ao meio ambiente”, afirmou.
Na década de 1970, a rodovia chegou a ser completamente asfaltada, mas, atualmente, apenas dois trechos estão pavimentados: os primeiros 198 quilômetros e os 164 quilômetros finais.
A BR-319 também contará com 20 passagens de fauna aéreas e 12 subterrâneas com cercas direcionadas para garantir a preservação dos animais que cruzam a rodovia. Recuperar a estrada é uma das grandes prioridades de investimentos na área de infraestrutura na Região Norte do Brasil.
Por Daniel Santana adaptado com informações do Ministério da Infraestrutura