O Projeto de Lei 3569/2024 nem chegou a votação e já está causando polêmica. Ele envolve a proibição do uso de pneus ressolados em caminhões e ônibus em todo o país.
Entenda como projeto quer eliminar os pneus ressolados
O processo de recapagem é considerado algo cultural no Brasil. Todos os caminhoneiros ou frotistas já compram o seu primeiro pneu pensando em quantas vezes ele pode ser reaproveitado, ou seja, ressolado.
Trata-se de um argumento já considerado por frotistas e caminhoneiros, pois os pneus são o segundo maior custo fixo, atrás apenas do combustível.
Veja mais: VW lança extrapesados do Meteor e do Constellation
Nesse contexto, um ponto da recapagem importante de se ressaltar é o fato de se tratar de uma das formas mais acessíveis e eficientes para o caminhão rodar com o TWI (Tread Wear Indicator) sem desgaste, com o benefício do custo, pois o valor médio, dependendo da aplicação, é de um terço do preço de um pneu novo.
Como é o PL que quer acabar com os pneus ressolados?
O Projeto de Lei 3569/2024 sugere que caminhoneiros e ônibus substituíam todos os pneus recapados que estejam sendo usados em seus veículos por pneus novos, fabricados conforme as normas de segurança vigentes estabelecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Veja também: Evento dedicado aos cegonheiros no ABCD
Caso seja aprovado, o motorista que estiver usando pneus recapados será multado em R$ 5.000 e deverá regularizar o veículo, com a substituição de todos os pneus “irregulares”.
Além disso, o projeto prevê que as penalidades começam 180 dias após a conversão do texto em lei, o que é um tempo inferior ao tempo de vida de um pneu de caminhão.
Qual a justificativa do autor contra os ressolados?
A justificativa do autor é que o uso de pneus recapados, apesar do custo mais baixo, aumenta o risco de acidentes nas rodovias.
“Essa economia representa um risco significativo para a segurança nas rodovias, visto que muitos acidentes são causados pelo desprendimento das bandas de rodagem, principalmente em caminhões, que circulam em alta velocidade e com carga pesada”, destacou o deputado federal José Augusto Rosa.
Ainda na justificativa, o autor do projeto cita que estudos indicam que uma das causas frequentes de acidentes envolvendo veículos de grande porte nas rodovias brasileiras é o uso de pneus ressolados, cujas bandas de rodagem tendem a se soltar com mais facilidade.
O Projeto de Lei foi apresentado na Câmara dos Deputados no último dia 16 de setembro, e ainda não tem prazo estabelecido para análise nas comissões e no plenário.
Enquanto o projeto para eliminar os ressolados não é aprovado, entenda o que verificar para uma recapagem segura?
- Avalie a aplicação ideal para o pneu, pois existem bandas para a primeira etapa e outras para segunda, e assim por diante. Há bandas para eixo de tração e outras para roda livre.
- Procure uma recapadora que tenha certificados e permissão para atuar. As companhias autorizadas a trabalhar com esse tipo de serviço têm o selo do Inmetro.
- O processo de recapagem consiste em uma análise cuidadosa da carcaça. Verifique com a empresa escolhida como são os processos de avaliação utilizados e se seguem as normas internacionais de qualidade.
- Após a aprovação dos pneus e definida a próxima banda, os pneus seguem para a área de raspagem para receber uma nova capa.
- O número de recapagens varia conforme as condições de uso e tipo de aplicação dos pneus. Se a carcaça estiver em bom estado, o item pode receber de dois a três recapeamentos.
O que dizem as empresas de recapagem:
A Associação Brasileira da Reforma de Pneus reiterou posicionamento pelo arquivamento do PL 3569/2024.
Em defesa do meio ambiente
Outros posicionamentos contrários ao PL
Conforme a Associação Brasileira de Reforma de Pneus (ABR), o Brasil é atualmente o segundo maior reformador de pneus do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Para as empresas de transporte e transportadores autônomos, que enfrentam altos custos operacionais, a reforma de pneus representa uma solução econômica crucial, contribuindo diretamente para a redução dos custos logísticos.
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.
Não concordo com esse PL, pois, na verdade o problema não é a ressolagem. O que precisa ser fiscalizado são as empresas que fazem recapagens com material de baixa qualidade, oferecendo assim o serviço com um custo menor. E também tem aquele dono de caminhão que insisti em reformar aquela carcaça ruim, mesmo que a recapadora oriente em não fazer e que o serviço não terá garantia.
Conheço a recapagem ou resolagem a mais de 20 anos, nunca tive um problema com estouro de pneu por causa de reforma mal feita, acho que deveriam fiscalizar as reformas não credenciada! Para mim será um retrocesso na parte ambiental, imagina quantos pneus vão deixar de ser aproveitados e descartados na natureza?
Ninguém fala das pessimas condições das maiorias das. Rodovias ,que fazem o caminhoneiro perder pneus até novos
O pneu resolado ou recapado a sua garantia vai depender muito da resoladdora eu confio muito na resoladdora bandag já foi melhor precisa ser todas bem fiscalizadas (bem fiscalizadas)
Deve ser algum lobby de pneus no congresso.